Esta reunião destinada a analisar a política monetária da zona euro tem lugar num momento de grande incerteza quanto aos efeitos económicos da pandemia de coronavírus e pode ser o primeiro grande teste à liderança de Christine Lagarde, presidente do BCE desde novembro.
Na segunda-feira, as bolsas europeias registaram grandes quedas, devido ao receio de uma recessão na sequência do surto, um medo agravado ainda pela forte descida do preço do petróleo depois de a Arábia Saudita e a Rússia não terem chegado a acordo sobre um corte na produção.
A Reserva Federal norte-americana (Fed), o Banco do Canadá, o banco central da Austrália e o Banco de Inglaterra já anunciaram descidas das taxas de juro.
O mercado está a antecipar que haja também um corte nas taxas de juro do BCE, prevendo que a taxa de depósitos, que já está em -0,50% passe para -0,60%, mas há opiniões de analistas a considerar que o corte não vai ajudar muito a economia e pressionará ainda mais os bancos.
Segundo alguns analistas, as medidas mais favoráveis são as compras de obrigações de empresas e uma flexibilidade nas condições de financiamento a um prazo bastante longo para empréstimos a pequenas e médias empresas.
Os analistas também esperam que o BCE reveja em baixa as suas previsões de crescimento e inflação.
Em dezembro, o BCE previu um crescimento de 1,1% em 2020 e de 1,4% em 2021 e 2022, com uma inflação de 1,1% este ano, de 1,4% no próximo e de 1,6% em 2022.
A principal taxa de refinanciamento do BCE está em zero e a taxa de juro de facilidade permanente de cedência de liquidez é de 0,25%.