CGD flexibiliza créditos e dá moratória de 6 meses a famílias e empresas

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) lançou várias medidas de apoio a empresas e particulares, incluindo flexibilização nos pagamentos de créditos, para fazer face ao impacto do surto de Covid-19, segundo um comunicado.

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Lusa
18/03/2020 18:30 ‧ 18/03/2020 por Lusa

Economia

Covid-19

Assim, o banco vai aceitar, para as empresas, "reajustar os pagamentos das prestações mensais nos seus créditos de médio e longo prazo por um período até seis meses" e prolongar "os prazos de pagamento de financiamentos especializados em modelos de 'leasing' para equipamentos mais atingidos pela atual crise por períodos adicionais de 12 meses".

A CGD irá ainda, em "articulação com as sociedades de garantia mútua" levar a cabo o "ajustamento das prestações dos financiamentos garantidos" para "aliviar o peso das prestações nos períodos críticos dos próximos meses", "renovar a generalidade dos planos de limites aprovados por prazos que podem ir até 180 dias, mantendo em vigor as disponibilidades de financiamento garantidas aos atuais clientes" e simplificar os "mecanismos de prorrogação até 180 dias de todas as operações de curto prazo em vigor".

O banco destaca o papel das empresas ou entidades do setor da saúde e social, com a simplificação "da decisão de prorrogação em 12 meses do prazo total de operações de 'leasing' mobiliário que estejam em vigor e, em alternativa, introduzir períodos de carência até 12 meses".

Para os transportes, será alargado "o prazo de pagamento dos 'leasings' sobre viaturas ligeiras e viaturas pesadas por períodos até 12 meses ou em alternativa introduzir períodos de carência até 90 dias".

Já no caso do turismo, "além das medidas gerais" definidas pela CGD serão alargados "os prazos de vencimento até mais cinco anos, em função de avaliação pontual tendo presente aspetos específicos das empresas".

A CGD anunciou ainda a "criação de linhas de crédito e reforço das atuais linhas para conferir meios adicionais às empresas no âmbito das suas atividades", nomeadamente no apoio à compra de equipamentos para teletrabalho e o aumento de 30% nos limites de factoring.

A Caixa disponibiliza-se ainda para "pré-financiar as encomendas do Estado ou de grandes cadeias de distribuição, através dos mecanismos de crédito existentes, contribuindo para a manutenção das linhas de abastecimento das funções essenciais" e para "manter em funcionamento, com grande simplificação dos processos e celeridade das decisões, todas as linhas de financiamento que a CGD dispõe".

A Caixa isentará ainda, para os comerciantes, o pagamento da mensalidade de todos os equipamentos de Terminal de Pagamento Automático com faturação inferior a 7.500 euros por mês até 31 de maio.

"Além destas medidas e como forma de mitigar as quebras de tesouraria das empresas suas abastecedoras, a CGD antecipará este mês o pagamento a fornecedores no montante de 10 milhões de euros e manterá os pagamentos com prazos imediatos, após confirmação, nos próximos meses", garantiu o banco público.

A CGD definiu ainda uma série de medidas de apoio a clientes particulares, com créditos, incluindo a "eventual carência de capital até 6 meses, mediante pedido dos clientes e em condições de simplicidade de acesso, designadamente para o crédito à habitação".

Além disso, para os titulares das contas Caixa "todas as transferências realizadas através dos canais digitais serão gratuitas durante este período de crise".

"A Caixa pratica ativamente uma política de proteção das franjas mais desfavorecidas, i.e., todos os clientes com pensão até 1,5 vezes o salário mínimo nacional e os jovens até aos 26 anos estão isentos de comissões", indicou ainda o banco.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 200 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 8.750 morreram.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou na quarta-feira o número de casos confirmados de infeção para 642, mais 194 do que na terça-feira. O número de mortos no país subiu para dois.

 

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