"O custo para o financiamento dos países pobres subiu substancialmente, e o seu rendimento por via das matérias-primas está a cair, na sequência da pandemia de covid-19 em todo o mundo", lê-se numa nota distribuída hoje em Londres por esta ONG dedicada à emissão de dívidas responsáveis.
"A nossa pesquisa mostra que as taxas de juro para novas emissões de dívida aumentaram, em média, 3,5 pontos percentuais para os países de baixo e médio rendimento desde o final de fevereiro, estando agora nos 10%, o que é uma indicação do custo dos novos empréstimos", afirmam os analistas.
O preço médio das matérias-primas, conforme definidas no Índice da agência de informação financeira Bloomberg, caiu 27% desde o início deste ano e está no nível mais baixo desde 1986, lembra esta ONG, exemplificando que "o petróleo caiu 61% e o café 15%".
Além disso, lembram, "muitos países vão ser afetados pela quebra das receitas do turismo, com as pequenas ilhas a serem particularmente afetadas devido à sua dimensão e à dependência do turismo".
O aumento das taxas de juro exigidas pelos investidores pode afetar o custo para países como Angola, que anunciou na semana passada que está a preparar uma emissão de dívida soberana de até 3 mil milhões de dólares (2,79 mil milhões de euros).
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou 341.300 pessoas, das quais 15.189 morreram, a maioria na Europa (9.197).
Foram registados mais de casos de infeção em mais de 174 países e territórios desde o início da epidemia.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.