O governador do Banco Central brasileiro, Roberto Campos Neto, disse em uma conferência de imprensa, em Brasília, que o programa deverá contemplar cerca de 2 milhões de pessoas e 1,4 milhões de empresas, por dois meses.
Os juros pagos pelos empresários que aderirem serão de 3,75% ao ano, com seis meses de carência e 36 meses para pagamento.
O programa prevê que os recursos serão depositados diretamente na conta dos trabalhadores, que não poderão ser demitidos depois da pandemia.
A medida adotada para conter os danos causados à economia brasileira pela pandemia da Covid-19 soma-se a uma iniciativa aprovada na quinta-feira pelo Congresso do país, que destinará 600 reais (cerca de 106 euros) para trabalhadores informais, sem contrato de trabalho, e foram atingidos pela crise do novo coronavírus.
Estes subsídios começarão a ser distribuídos ainda em março, segundo o Governo brasileiro, e continuarão pelos próximos três meses, momento em que o país deverá enfrentar o auge da pandemia, embora o governante tenha esclarecido que essas medidas podem vir a ser prorrogadas, dependendo da situação sanitária, social e económica do país.
Hoje a associação que reúne as fabricantes de veículos informou que todas as 65 fábricas de carros, camiões, autocarros e máquinas agrícolas do Brasil já estão ou ficarão paradas como reflexo do avanço do novo coronavírus na próxima semana.
Há também relatos de demissões em massa em empresas de diferentes segmentos.
O número de mortos pelo novo coronavírus no Brasil aumentou na quinta-feira para 77, registando ainda 2.915 infetados, anunciou o Ministério da Saúde.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou cerca de 540 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 25 mil.
Dos casos de infeção, pelo menos 112.200 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.