"Sinceramente, acho que, para algumas pessoas, a ideia de [criar] títulos ['bonds'] se tornou tóxica desde a crise do euro", considerou na entrevista, defendendo que os países "não se devem agarrar a conceitos que geram divergências".
Para o comissário, é melhor optar por outras ferramentas.
"Temos de encontrar instrumentos comuns que fortaleçam a resistência dos Estados-membros nas áreas social e económica", acrescentou.
Na segunda-feira passada, a Comissão Europeia admitiu que a emissão de títulos de dívida conjunta ('eurobonds', chamados atualmente de 'coronabonds' por visarem a crise provocada pelo coronavírus) é "uma opção em cima da mesa no quadro da resposta europeia aos choques provocados na economia pela pandemia de covid-19.
No entanto, na sexta-feira, o vice-presidente do executivo comunitário para a Economia, Valdis Dombrovskis, manifestou preferência pelo crédito do Mecanismo Europeu de Estabilidade.
De acordo com Valdis Dombrovskis, certo é o apoio do executivo comunitário às linhas de crédito do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), o fundo de resgate permanente da zona euro, que tem uma capacidade de empréstimo de até 410 mil milhões de euros e que pode conceder créditos até 2% do Produto Interno Bruto (PIB) de cada país comunitário afetado pela covid-19.
"Continuamos a trabalhar no apoio [a uma solução] por meio do MEE. Acreditamos que esse mecanismo deveria ser usado nas circunstâncias atuais porque possui o capital desembolsado pelos Estados-membros e capacidade de empréstimo", referiu o comissário europeu.
"E, portanto, devemos usá-lo para financiar os Estados-membros em condições favoráveis", insistiu o político letão.
Na entrevista de hoje à "Der Spiegel", Hahn também defendeu que os Estados do norte da Europa não devem tratar a ajuda a países como a Itália como "esmolas".
"São esses países que tiram vantagem do mercado único. Quando ajudam países como a Itália, não estão a dar uma esmola. Pelo contrário. Estão a trabalhar para o seu próprio interesse", sublinhou.
O comissário do Orçamento disse ainda acreditar que a proposta da presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, de criar um fundo para apoiar a redução das jornadas laborais diárias em toda a Europa será um teste de solidariedade na UE, já que fará aumentar claramente o orçamento europeu".