"Todos os participantes viram que as perspetivas de curto prazo para a economia dos Estados Unidos (EUA) se deterioraram acentuadamente nas últimas semanas e se tornaram profundamente incertas", refere a ata da reunião do comité de política monetária, que decidiu baixar as taxas de juro, pela segunda vez em duas semanas.
A reunião ocorreu de forma inesperada, a um domingo, devido à preocupação com uma iminente recessão.
"No debate de política monetária, os membros sublinharam que o surto de coronavírus alterou a atividade económica em muitos países, incluindo os Estados Unidos e as condições financeiras globais também foram significativamente afetadas", refere o texto.
Após a reunião, a Fed anunciou que colocou as taxas de juro entre 0% e 0,25% pela primeira vez desde a crise financeira de 2008 e anunciou um programa de compra de ativos no valor de 700.000 milhões de dólares, um montante que, entretanto, aumentou.
A estas medidas, acrescem sucessivas injeções de liquidez nos mercados, incluindo empréstimos de curto prazo aos bancos devido à tensão financeira registada.
A nível internacional, o banco central norte-americano também anunciou uma medida coordenada com outros bancos centrais para garantir liquidez nos mercados globais em dólares.
"Para melhorar a eficácia dos acordos de troca de divisas e fornecer financiamentos em dólares norte-americanos, estes bancos centrais concordaram em aumentar a frequência das operações", indicaram em comunicado o BCE, a Fed, o Banco do Japão, o Banco de Inglaterra, o Banco do Canadá e o Banco Nacional Suíço.
A próxima reunião de política monetária da Fed está prevista para 28 e 29 de abril.
Desde 15 de março, a pandemia de covid-19 atingiu o conjunto dos 50 estados norte-americanos, havendo atualmente mais de 400 mil infetados e 13 mil mortes, segundo a contagem mais recente da Universidade Johns Hopkins, considerada de referência.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,4 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 82 mil.
Dos casos de infeção, cerca de 260 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.