Incerteza leva a "deterioração das perspetivas económicas" nos EUA

A Reserva Federal (Fed) norte-americana considera que a incerteza quanto à pandemia da covid-19 representa "um sério perigo para as perspetivas económicas", segundo as atas da reunião de emergência de 15 de março.

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Lusa
08/04/2020 21:20 ‧ 08/04/2020 por Lusa

Economia

Fed

"Todos os participantes viram que as perspetivas de curto prazo para a economia dos Estados Unidos (EUA) se deterioraram acentuadamente nas últimas semanas e se tornaram profundamente incertas", refere a ata da reunião do comité de política monetária, que decidiu baixar as taxas de juro, pela segunda vez em duas semanas.

A reunião ocorreu de forma inesperada, a um domingo, devido à preocupação com uma iminente recessão.

"No debate de política monetária, os membros sublinharam que o surto de coronavírus alterou a atividade económica em muitos países, incluindo os Estados Unidos e as condições financeiras globais também foram significativamente afetadas", refere o texto.

Após a reunião, a Fed anunciou que colocou as taxas de juro entre 0% e 0,25% pela primeira vez desde a crise financeira de 2008 e anunciou um programa de compra de ativos no valor de 700.000 milhões de dólares, um montante que, entretanto, aumentou.

A estas medidas, acrescem sucessivas injeções de liquidez nos mercados, incluindo empréstimos de curto prazo aos bancos devido à tensão financeira registada.

A nível internacional, o banco central norte-americano também anunciou uma medida coordenada com outros bancos centrais para garantir liquidez nos mercados globais em dólares.

"Para melhorar a eficácia dos acordos de troca de divisas e fornecer financiamentos em dólares norte-americanos, estes bancos centrais concordaram em aumentar a frequência das operações", indicaram em comunicado o BCE, a Fed, o Banco do Japão, o Banco de Inglaterra, o Banco do Canadá e o Banco Nacional Suíço.

A próxima reunião de política monetária da Fed está prevista para 28 e 29 de abril.

Desde 15 de março, a pandemia de covid-19 atingiu o conjunto dos 50 estados norte-americanos, havendo atualmente mais de 400 mil infetados e 13 mil mortes, segundo a contagem mais recente da Universidade Johns Hopkins, considerada de referência.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,4 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 82 mil.

Dos casos de infeção, cerca de 260 mil são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

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