Em entrevista à Lusa, publicada no sábado passado, António Costa antecipou que o objetivo das reuniões seria ouvir "as perspetivas que têm, não tanto sobre o momento do relançamento, mas para começar a ouvir sobre como deve ser o relançamento".
"Neste momento, é muito difícil para todos fazer cenários, porque os dados de base são ainda muito insuficientes e os dados sobre a evolução desta pandemia têm muitos fatores de incerteza", disse.
António Costa disse que "seguramente" houve uma "queda radical" do Produto Interno Bruto, depois da paralisação de grande parte da economia, com o encerramento das escolas, há um mês, e com o fecho do comércio e de serviços, [excetuando comércio e serviços essenciais] no contexto da crise pandémica que motivou a declaração do estado de emergência.
"É evidente que não é possível passar por esta crise sem custos das empresas, sem custos nos rendimentos e sem custos no emprego", declarou.
De acordo com uma nota do gabinete de imprensa do chefe do executivo, estas reuniões virtuais "sobre a atual e futura situação económica e financeira e medidas para promover o relançamento da atividade económica" vão ser divididas em dois momentos.
De manhã, com início marcado para as 10:30, decorre a reunião sobre as "perspetivas para a economia portuguesa em contexto de crise pandémica", na qual estarão representantes de instituições nacionais que elaboram e divulgam projeções macroeconómicas.
Do elenco deste primeiro encontro, segundo a mesma nota, fazem parte Nuno Alves, do Banco de Portugal, Nazaré da Costa Cabral, do Conselho de Finanças Públicas, Carlos Coimbra, do INE, António da Ascensão Costa, do ISEG e João Borges de Assunção, da Universidade Católica Portuguesa.
Da parte da tarde estará em discussão o "relançamento da atividade económica em contexto de crise pandémica", com um painel com duas dezenas de académicos.
Da Universidade Católica estarão Catarina Reis e Francisca Guedes de Oliveira, enquanto o ISEG estará representado por Luís Catão e António Afonso e o ISCTE por Ricardo Paes Mamede e Alexandra Ferreira Lopes.
Miguel Ferreira e Susana Peralta participam pela Universidade Nova SBE, enquanto Fernando Alexandre e João Cerejeira representam a Universidade do Minho e José Caetano e Miguel Rocha de Sousa a Universidade de Évora.
Já da Universidade do Porto, Costa vai ouvir a opinião de Pedro Gil e Pedro Teixeira, enquanto Pedro Bação e Tiago Sequeira serão as vozes da Universidade de Coimbra.
Neste painel sobre relançamento da economia participam ainda João Amador, do Banco de Portugal, Miguel St. Aubyn, do Conselho Finanças Públicas, Ricardo Reis, da London School of Economics e Miguel Faria e Castro, da Reserva Federal do Banco de St. Louis.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 114 mil mortos e infetou mais de 1,8 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Em Portugal, segundo o último balanço feito pela Direção-Geral da Saúde, registam-se 535 mortos, mais 31 do que no domingo (+6,2%), e 16.934 casos de infeção confirmados, o que representa um aumento de 349 (+2,1%).
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril.