Numa nota, a Área Metropolitana de Lisboa (AML)?? afirma estar a trabalhar, em articulação com autarquias e operadores privados, "na reposição da oferta do serviço público de transporte rodoviário, que foi substancialmente reduzida em função das medidas de contenção da pandemia do novo coronavírus covid-19, e da posterior declaração de estado de emergência, decretada pelo Governo".
"Num momento em que se clarificaram as fontes e mecanismos de financiamento para os serviços de transporte público, a AML está a concentrar esforços para que todos os operadores rodoviários reponham, nos próximos dias, níveis de serviço equivalentes a mais de 40%, tendo por referência os serviços normais, fazendo, assim, com que algumas necessidades, justamente identificadas também pelos utentes, sejam supridas a curto prazo", afirmou Carlos Humberto de Carvalho, primeiro-secretário da Área Metropolitana de Lisboa, citado no comunicado de imprensa.
De acordo com a AML, a oferta rodoviária será reposta de uma forma faseada e terá em conta as contingências em vigor, entre as quais a necessidade de salvaguardar as distâncias de segurança entre passageiros e a adoção de comportamentos que minimizem o risco de contágio também aos motoristas.
Salientou ainda que a atual situação "inviabiliza um planeamento de serviços de transporte consistente e estável", implicando a necessidade de ajustamentos permanentes.
Na nota, a área metropolitana assegurou ainda que "tem cumprido os seus compromissos financeiros atempadamente com todos os operadores de transportes, independentemente da sua natureza rodoviária, ferroviária ou fluvial".
"No caso concreto do mês de abril, antecipou inclusivamente os seus pagamentos, no sentido de evitar que as situações de 'lay-off', decididas pelas empresas rodoviárias de natureza privada, pudessem representar cortes mais substanciais nos serviços prestados à população da região metropolitana de Lisboa", salientou.
Na quarta-feira, a Comissão de Utentes dos Transportes Públicos de Sacavém reclamou alterações à redução dos serviços da Rodoviária de Lisboa, que entrou em 'lay-off' parcial, alertando que está posta em causa "a mobilidade e a segurança das populações".
Os novos horários e trajetos ampliam em muitos casos os intervalos para uma hora ou mesmo duas horas, como no caso da carreira que faz a ligação à sede do concelho de Loures ao Hospital Beatriz Ângelo, acrescenta a comissão de utentes.
Na terça-feira, a Transportes Sul do Tejo (TST) esclareceu que foi para "manter a sustentabilidade da empresa" que suspendeu as carreiras com ligação a Lisboa e colocou 545 trabalhadores em regime de 'lay-off'.
Numa nota, a rodoviária da Península de Setúbal afirmou ter tido "uma procura de cerca de apenas 10%" durante o mês de março, o que levou à decisão de suspender todas as ligações de e para Lisboa.
No mesmo dia, a empresa de transporte rodoviário Scotturb, que opera em Sintra, Cascais e Oeiras, no distrito de Lisboa, confirmou que vai entrar em 'lay-off', depois de registar uma quebra na faturação superior a 50%.