A Caixa Geral de Depósitos (CGD) já concedeu quase 30 mil moratórias do Estado, anunciou o presidente da instituição, Paulo Macedo, esta quarta-feira, no Parlamento. O valor total ascende aos 2,4 mil milhões de euros, para apoiar as famílias e empresas mais penalizadas pela Covid-19.
Além disso, o presidente executivo da CGD disse que o banco está disponível para prolongar as moratórias de crédito à habitação, além dos seis meses, e previu que as imparidades vão aumentar em "milhares de milhões de euros".
Os presidentes da CGD e do Novo Banco são ouvidos, esta terça-feira, no Parlamento, pelos deputados das comissões de Economia e Orçamento, sobre medidas de apoio às famílias e empresas afetadas pela crise da Covid-19.
Na terça-feira, responsáveis do BPI e do Santander Totta consideraram que poderá ter de haver novas moratórias dos crédito após setembro, uma vez que apenas seis meses de moratórias deverão ser insuficientes.
Na semana passada, os deputados aprovaram por unanimidade o requerimento do CDS-PP para audições aos cinco maiores bancos que operam em Portugal -- CGD, Millennium BCP, Santander Totta, BPI e Novo Banco -- sobre os apoios dados pelos bancos às empresas e famílias (crédito, condições associadas), no âmbito da pandemia de covid-19, tendo em conta problemas denunciados nomeadamente por empresas e associações empresariais.
Desde o início da atual crise que os bancos foram 'chamados' pelo poder político a dar o seu contributo no esforço da crise.
Os bancos e as entidades que analisam o setor - como agências de 'rating' - estão a prever um aumento do crédito malparado devido à crise provocada pela pandemia covid-19, o que poderá acontecer já a partir de outubro com o fim, em setembro, das moratórias impostas pelo Governo para crédito à habitação e crédito a empresas (com suspensão de pagamento de capital e/ou juros).
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