O indicador 'flash' PMI (Purchasing Managers' Index) composto para a zona euro colapsou, de novo, em abril, ao cair para 13,5 pontos, contra 29,7 pontos em março, ou seja, a maior contração mensal da atividade nas mais de duas décadas da sua história e a segunda consecutiva.
Até março deste ano, o mínimo histórico do índice PMI da Markit, de 36,2 pontos, tinha sido registado em fevereiro de 2009, no pico da da crise financeira mundial.
Segundo os dados recolhidos entre 07 e 22 de abril, a zona euro está a sofrer os recuos mais pronunciados da atividade empresarial e do emprego, em níveis nunca antes registados, devido às medidas adotadas para conter a pandemia da covid-19, como o encerramento temporário de empresas e restrições ao movimento de pessoas.
O setor dos serviços foi o mais afetado pelas medidas de confinamento, sobretudo hotelaria, habitação, restauração, viagens e turismo, que foram forçados a fechar portas ou viram limitada a sua capacidade operacional.
No setor da indústria transformadora também se registou uma queda recorde da produção, com o encerramento de fábricas de produtos essenciais, redução intensa da procura ou limitações por escassez de pessoal.
Os níveis de novas encomendas recebidas caíram ao ritmo mais intenso alguma vez registado, tanto no setor da indústria transformadora como no dos serviços.
A contratação de pessoal caiu pelo segundo mês consecutivo, marcando a maior queda histórica no setor dos serviços e a mais intensa desde abril de 2009 no setor da indústria transformadora, devido aos despedimentos temporários por força maior, ainda que excluídos estes "o recuo continue a ser um dos mais intensos registados pelo estudo".
Os preços médios cobrados pelos bens e serviços caíram ao ritmo mais pronunciado desde junho de 2009, sobretudo nos serviços.
A análise por países revela que o colapso da atividade foi generalizado, com o indicador PMI a cair para mínimos históricos de 17,1 na Alemanha, 11,2 pontos em França e de 25 pontos nos restantes países da região.
A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 181 mil mortos e infetou mais de 2,6 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
O "Grande Confinamento" levou o Fundo Monetário Internacional (FMI) a fazer previsões sem precedentes nos seus quase 75 anos: a economia mundial poderá cair 3% em 2020, arrastada por uma contração de 5,9% nos Estados Unidos, de 7,5% na zona euro e de 5,2% no Japão.
Para Portugal, o FMI prevê uma recessão de 8% e uma taxa de desemprego de 13,9% em 2020.