"A informação que tenho é que a administração dos CTT terá decidido muito recentemente que não ia para 'lay-off'", adiantou Alberto Souto de Miranda, que falava na comissão parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, no âmbito de uma audição regimental.
O secretário de Estado congratulou-se com a decisão da administração da empresa, classificando-a de "corajosa", numa altura de quebra de receitas, devido aos efeitos da pandemia de covid-19, nomeadamente a diminuição de 40% nas receitas do tráfego internacional de encomendas.
Quanto aos despedimentos, Souto de Miranda defendeu que os CTT "são talvez a melhor empresa portuguesa", com 12.300 trabalhadores, nenhum despedimento durante a crise e "apenas a não renovação de 50 trabalhadores" com contratos a termo.
O secretário de Estado das Comunicações aproveitou, ainda, a ocasião para deixar uma palavra de reconhecimento, não apenas à administração dos CTT, mas também aos próprios carteiros, que fizeram o esforço de ir entregar os vales das reformas a casa de 40.000 beneficiários, numa primeira fase.
"Foi uma iniciativa com risco para os próprios trabalhadores dos CTT e queria deixar uma palavra de reconhecimento aos trabalhadores que ajudaram a solucionar esse problema", sublinhou o governante.
Alberto Souto de Miranda admitiu que tudo se encaminha para que haja condições para negociar a renovação do contrato de concessão com esta administração da empresa de correios.
"Temos de dar o benefício da dúvida a esta administração, que, até agora, tem demonstrado ter alguma responsabilidade social, num contexto de quebra", considerou.
Portugal contabiliza 973 mortos associados à covid-19 em 24.505 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia divulgado hoje.
O "Grande Confinamento" devido à pandemia levou o Fundo Monetário Internacional (FMI) a fazer previsões sem precedentes nos seus quase 75 anos: a economia mundial poderá cair 3% em 2020, arrastada por uma contração de 5,9% nos Estados Unidos, de 7,5% na zona euro e de 5,2% no Japão.
Para Portugal, o FMI prevê uma recessão de 8% e uma taxa de desemprego de 13,9% em 2020.