A entidade, que realizou o inquérito junto dos seus 256 associados, concluiu que 78,2% adotou o regime de teletrabalho, "evitando assim o contacto social, cumprindo o solicitado pelo Governo, sem nunca deixar de estar na linha da frente, procurando as melhores soluções para o abastecimento dos bens de primeira necessidade e de equipamentos médicos", lê-se num comunicado.
Das empresas inquiridas, 24,6% sentiu necessidade de recorrer ao 'lay-off', sobretudo "aqueles muito dedicados a um nicho de mercado que entretanto parou, nomeadamente o tráfego aéreo e em grande parte o rodoviário".
A APAT fez ainda a média de trabalhadores por empresa, concluindo "que em teletrabalho regista-se uma média de 46% funcionários, enquanto a média de funcionários em 'lay-off' é de apenas 13%".
De acordo com este barómetro, 95,5% das empresas diz ter implementado um plano de contingência, para evitar um agravamento do surto e a paragem de atividades importantes para o país.
Entre as principais dificuldades apontadas pelas empresas devido à pandemia está a diminuição do volume de negócios, o crédito malparado, a falta de liquidez de clientes, o aumento de especulação dos preços e custos e a diminuição da capacidade de resposta dos vários modos de transportes.
As empresas destacaram ainda a resposta mais demorada por parte dos organismos públicos, bem como a "obrigatoriedade de apresentação de alguma documentação em suporte físico" e a "ausência de medidas concretas para a atividade transitária", entre os obstáculos encontrados.
As inquiridas mostram uma maior "apreensão" para o futuro próximo, bem como uma "consciência coletiva de que será um período complicado, mas que também é difícil antecipar, pois tudo dependerá do que o Governo vier a fazer e que medidas de apoio definirá, nomeadamente para as exportações", indicou a APAT.
Nas respostas, as empresas mostraram duas "correntes de opinião", adiantou a associação, dividindo-se entre as que defendem que "o levantamento gradual das contingências determinará a aceleração da recuperação económica" e as que acreditam que "apesar da abertura gradual do mercado, o processo de recuperação será mais difícil e prolongado no tempo, essencialmente por questões económicas".
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou cerca de 269 mil mortos e infetou mais de 3,8 milhões de pessoas em 195 países e territórios.
Mais de 1,2 milhões de doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 1.114 pessoas das 27.268 confirmadas como infetadas, e há 2.422 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.