Turismo. Empresários nos Açores querem definição "urgente" de calendário

A Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada defendeu hoje a "definição urgente" de "um calendário", para a retoma do turismo, "contemplando a abertura das ligações internas e com o exterior" e "o fim da quarentena dos viajantes".

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Lusa
11/05/2020 12:30 ‧ 11/05/2020 por Lusa

Economia

Covid-19

A posição da Direção e a Comissão Especializada do Turismo da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada (CCIPD) foi manifestada numa reunião na sexta-feira, onde foi analisada a situação do setor, abordadas as experiências já iniciadas da retoma da atividade em vários países e regiões e feita uma reflexão sobre as perspetivas que se colocam ao futuro do turismo na região e, em especial em São Miguel e Santa Maria.

É preciso "definir, com urgência, um calendário contemplando a abertura das ligações internas e com o exterior, a respetiva política de transportes e o fim da quarentena dos viajantes", propõe a Direção e a Comissão Especializada do Turismo da CCIPD, referindo que a "atual indefinição" na sequência da covid-19 "está a paralisar toda a atividade não só a imediata, mas também para os próximos meses".

No entender da CCIPD, as empresas do turismo "precisam, com muita antecedência, de saber com o que podem contar para decidirem quando abrem ou se encerram definitivamente", tendo em conta as atuais circunstâncias devido à pandemia.

Lembrando que o setor do turismo foi "responsável, em 2019, por mais do que 12% do PIB e 20% do emprego (direto e indireto) dos Açores", a Comissão Especializada em Turismo da CCIPD aponta, em comunicado, que "quanto mais tardia for a resposta regional, mais funda será a crise, maior será o desemprego" e "maior" será o "esforço para voltar a colocar os Açores nos mercados, tarefa que demorou muitos anos a conseguir".

"Um colapso do setor do turismo provocará uma hecatombe maior do que a da construção civil na última crise, quando só este setor perdeu mais de 12.000 postos de trabalho", alerta.

A Direção e a Comissão Especializada do Turismo da CCIPD consideram "profundamente preocupante a situação do setor", que está "quase totalmente inativo" devido à pandemia, com "impactos avassaladores na situação financeira das empresas".

Numa altura em que "todos os exemplos atuais de retoma assumem a convivência com o vírus, assumindo as devidas cautelas adicionais da população e das empresas", a Direção e a Comissão Especializada da CCIPD entendem que a nível regional é preciso "planeamento", uma "clareza de objetivos" e "metas de reabertura" por parte das entidades competentes para que "os operadores e os turistas possam programar as suas atividades, à semelhança do que acontece um pouco por todo o mundo".

É preciso definir com "urgência, a estratégia a seguir para a retoma da atividade, trabalhando a imagem do destino nos mercados", sublinha a CCIPD, apontando que se está a verificar "uma grande agressividade de destinos concorrentes" também para retomarem.

"Prolongar o 'lay-off' simplificado ou criar uma medida equivalente, até que a atividade retome a normalidade, que se perspetiva só venha a ocorrer no 2º trimestre de 2021", e "medidas que ajudem a suportar custos não salariais, a fundo perdido, uma vez que muitas empresas não terão receitas significativas durante mais de 12 meses", são outras das propostas da CCIPD para o turismo.

Até ao momento, já foram detetados na região um total de 145 casos, verificando-se 83 recuperados, 15 mortes e 47 casos positivos ativos para infeção pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, que causa a doença covid-19, sendo 39 em São Miguel, dois na Graciosa, um em São Jorge, três no Pico e dois no Faial.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 280 mil mortos e infetou mais de quatro milhões de pessoas em 195 países e territórios.

Mais de 1,3 milhões de doentes foram considerados curados.

 

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