Este inquérito feito a 1.034 empresas, a maioria das quais micro e pequenas empresas, é o quarto realizado no âmbito do 'Projeto Sinais Vitais', desenvolvido pela CIP - Confederação Empresarial de Portugal, em parceria com o Marketing FutureCast Lab do ISCTE.
De acordo com os resultados, apenas 18% das empresas pretendem manter os investimentos previstos para este ano, enquanto 42% têm intenção de suspender ou cancelar totalmente todos os investimentos e 40,3% manter parcialmente o investimento previsto.
A maioria das grandes e médias empresas pretende manter pelo menos parcialmente o investimento previsto, mas na maioria das micro e pequenas empresas a decisão passa por suspender ou cancelar os investimentos.
Antes da pandemia, as empresas previam investir sobretudo no aumento da sua capacidade produtiva bem como nas suas instalações, existindo por outro lado 20% sem qualquer perspetiva de investimento.
Na conferência de imprensa para apresentação do estudo, Hélia Gonçalves Pereira, do ISCTE, adiantou que os setores onde o investimento deverá ser cancelado total ou parcialmente são sobretudo o alojamento e restauração e o comércio.
Das 40% das empresas que pretendem manter parcialmente os investimentos, a grande maioria (84%) procurará garantir até 60% dos investimentos que estavam previstos antes da pandemia.
Os dois fatores que mais pesaram para a decisão de adiar ou cancelar os investimentos foram a redução de encomendas (com 55% de respostas) e as perspetivas económicas negativas (52%), dados que devem ter "a atenção do Governo", sublinhou o presidente da CIP, António Saraiva.
Os resultados mostram ainda que 82% das empresas pretendem recorrer a instrumentos de capitalização, entre apoios a fundo perdido, capital de risco e instrumentos quase-capital.
Por sua vez, 62% das empresas inquiridas querem recorrer a benefícios fiscais ao investimento e 35,3% ao reforço das linhas de crédito.
O número de empresas que já pediu financiamento bancário na semana passada aumentou em quatro pontos percentuais face à semana anterior, mas 69% das que pediram crédito ainda não o recebeu.
"Isto mostra a necessidade de criação de instrumentos para a recapitalização das empresas, com quatro em cada cinco empresários e gestores a dizerem que pretendem recorrer a estes instrumentos, quando forem criados, como propôs a CIP", sublinhou António Saraiva.
"As empresas continuam a revelar dificuldades no acesso aos apoios", acrescentou o líder da confederação, reafirmando que as atuais linhas e crédito estão "esgotadas".
Segundo o documento, a percentagem de empresas que pediu 'lay-off' simplificado caiu ligeiramente na semana de 18 de maio em relação à semana passada, de 43% para 41%, e cerca de 52% das empresas inquiridas não pensa pedir 'lay-off'.
O documento mostra também que as empresas em pleno funcionamento aumentaram de 53% para 56%, enquanto as que estão a funcionar parcialmente subiram de 37% para 38%.