As pesquisas envolvem académicos, especialistas em medicina e engenheiros, disseram as empresas na terça-feira ao The Wall Street Journal (WSJ).
A Boeing está a desenvolver modelos informáticos que simulam o ambiente em cabina, estando a avaliar igualmente a possibilidade de usar luzes ultravioletas para desinfetar os aviões, disse o construtor de aviões norte-americano ao WSJ.
"Estamos a tomar medidas para entender melhor qualquer risco potencial", confirmou um porta-voz da Boeing.
Por seu lado, o fabricante europeu de aviões Airbus está a trocar informações com universidades de vários países, para encontrar outros métodos para reduzir a propagação do vírus.
Entre as alternativas a serem estudadas pela companhia estão desinfetantes com efeitos que podem durar até cinco dias, materiais com propriedades de autolimpeza ou equipamentos nas casas de banho que não requeiram contacto.
A Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) financia há anos investigações sobre a filtragem de ar em aviões, estando a analisar formas de reduzir o risco de propagação do novo coronavírus SARS-CoV-2 entre os passageiros, em conjunto com a Airbus, Boeing e especialistas do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC), indicaram as mesmas fontes ao WSJ.
Apesar de já existirem estudos sobre a propagação de patogéneos durante os voos, o comportamento do novo coroavírus continua a estar rodeado de muitas incógnitas, segundo os investigadores.
"Há muitas coisas que ainda não sabemos", disse John Scott Meschke, un microbiólogo da Universidade de Washington consultado pela Boeing sobre a propagação do vírus.
As pesquisas surgiram numa altura em que as companhias aéreas procuram tranquilizar os passageiros, garantindo que o ar é filtrado em cabina e que o uso de máscaras protege contra o contágio, depois de a pandemia ter levado a uma redução drástica no tráfego aéreo, até menos 90%.
Segundo a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), as perdas no setor provocadas pela pandemia rondam os 314 mil milhões de dólares (286 mil milhões de euros), uma queda de 55% em relação ao ano anterior. O tráfego aéreo só deverá recuperar os níveis pré-pandemia após 2023, de acordo com a organização.
Várias companhias aéreas declararam falência, incluindo a Latam, a maior companhia aérea da America Latina, a Avianca, segunda maior empresa colombiana, a Virgin Australia, a South African Airways (SAA) e a Comair, além da britânica Flybe e de quatro filiais da Norwegian Air Shuttle, na Suécia e Dinamarca.
Até meados de maio, os Estados terão desembolsado cerca de 123 mil milhões de dólares (112 mil milhões de euros) em apoios às companhias aéreas, de acordo com as estimativas da IATA.