Em declarações à agência Lusa, Gonçalo Lobo Xavier, diretor-geral da APED, avançou que ficou satisfeito por a terceira fase de desconfinamento estar a avançar com a abertura dos centros comerciais, lembrando que a maioria dos associados vão abrir e que estes se têm vindo a preparar com todas as medidas de segurança.
"Estivemos muito tempo com as operações paradas e foi extremamente prejudicial. Quero saudar o regresso a uma certa normalidade de uma componente importante da economia nacional, mas ficamos com um amargo de boca por se atrasar a abertura de espaços comerciais na zona da Grande Lisboa", afirmou,
O responsável lembrou que sempre "privilegiaram a saúde publica" e querem que sejam tomadas medidas para mitigar a pandemia, no entanto, avançou sentir "dificuldade em perceber que haja um foco específico nas zonas comerciais".
"Temos exemplo de espaços como o retalho alimentar que esteve sempre aberto em condições exemplares, condições essas que foram transmitidas ao retalho especializado, não percebemos porque uma área em que as regras de segurança estão preparadas" não abra, acrescentou.
Segundo Gonçalo Lobo Xavier, também os centros comerciais vão ter limitações de lotação, nomeadamente cinco pessoas por 100 metros quadrados, e as pessoas vão ser sujeitas a "um duplo filtro à entrada e depois à entrada das lojas".
"Não percebemos que se foque a questão de alastrar a pandemia, invocando que os espaços comerciais podem levar a um aglomerado de pessoas", frisou.
Os centros comerciais e as lojas do cidadão vão permanecer fechados na Área Metropolitana de Lisboa até 04 de junho, de acordo com a III fase do plano de desconfinamento do Governo, aprovada hoje em Conselho de Ministros.
Em conferência de imprensa no final da reunião semanal do executivo, o primeiro-ministro justificou a decisão com o facto de a evolução do número de casos na Área Metropolitana de Lisboa distinguir-se "significativamente" das restantes regiões do país.
Sublinhando que Alentejo, Algarve, Norte e Centro "têm tido um nível de evolução essencialmente estável", com um "forte decréscimo de incidência", António Costa contrapôs que a região de Lisboa e Vale do Tejo "tem tido um aumento muito significativo do número de casos" de covid-19.