Governo prevê recessão de 6,9%, um "cenário muito negro". E o desemprego?
O primeiro-ministro admitiu que "prever uma recessão de 6,9% é um cenário negro". E acrescentou: "Não é ser otimista". Quais são, até ao momento, as previsões para a economia portuguesa?
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Economia previsões económicas
O Governo está a trabalhar com base numa perspetiva de que a economia portuguesa vai registar uma quebra de 6,9% este ano, disse o primeiro-ministro, António Costa, na quinta-feira, um cenário que o próprio classificou de "muito negro". Quanto ao desemprego, a estimativa do Governo aponta para uma subida da taxa para 9,6%.
Os números foram adiantados por Costa durante a apresentação do Plano de Estabilização Económica e Social, um pacote de medidas para mitigar os efeitos da crise gerada pelo novo coronavírus.
Quanto ao cenário macroeconómico, "assenta nos números que o senhor ministro das Finanças recentemente indicou com uma previsão da queda do PIB muito significativa, de 6,9%, e um crescimento da taxa de desemprego até aos 9,6%”, disse António Costa, em declarações aos jornalistas.
Pouco depois, em entrevista à TVI, o primeiro-ministro admitiu que "prever uma recessão de 6,9% é um cenário negro. Não é ser otimista". Em março, confessou, "o choque foi brutal", foi "como se o céu tivesse desabado", recordando que o país terminou 2019 com um saldo orçamental positivo" e que em fevereiro os números do desemprego foram baixos.
Esta semana, o Conselho das Finanças Públicas (CFP) revelou que estima uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) entre 7,5% e 11,8% este ano devido à pandemia da Covid-19 e o início da recuperação em 2021.
Por seu turno, o Fundo Monetário Internacional prevê uma recessão de 8% e uma taxa de desemprego de 13,9% em 2020. Já a Comissão Europeia estima uma contração da economia de 6,8%, menos grave do que a média europeia, mas projeta uma retoma em 2021 de 5,8% do PIB, abaixo da média da UE (6,1%) e da zona euro (6,3%).
O Banco de Portugal, numa previsão feita ainda a 26 de março, projetou uma recessão de 3,7% (cenário base) a 5,7% (cenário adverso), com as respetivas taxas de desemprego nos 10,1% ou 11,7% no final do ano.
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