"As curvas de rendimento exercem uma forte influência sobre as NIMs. A maioria dos bancos contrai empréstimos com taxas de curto prazo baixas e empresta com taxas de longo prazo mais altas", lê-se num relatório da Moody's hoje divulgado.
A diferença entre as taxas de curto e longo prazo tem assim um "maior impacto" nas margens dos bancos do que o nível absoluto das taxas de juro, apontou, exemplificando que as NIMs dos bancos japoneses são mais baixas do que as dos EUA porque a curva achatou antecipadamente no Japão.
De acordo com o mesmo documento, as taxas de juro globais caíram acentuadamente desde a crise financeira de 2008/2009 e a diferença entre as taxas de juro de curto e longo prazo diminuiu, achatando as curvas de rendimento.
No entanto, as NIMs doa bancos permaneceram resilientes na zona euro e nos Estados Unidos, enquanto no Japão começaram em queda desde 2009.
A trajetória das taxas é "altamente incerta" devido ao estímulo monetário face à pandemia de covid-19, revelou a agência de 'rating', ressalvando que "há um risco material de que as taxas permaneçam baixas por mais tempo e em mais países".
No mesmo documento, a Moody's sublinhou que o impacto das taxas baixas e das curvas achatadas na margem dos bancos está ainda dependente do ambiente operacional, dinâmica competitiva, estrutura de financiamento dos bancos, assim como da diferença entre a duração dos ativos e passivos das instituições financeiras e de quaisquer ações de mitigação adotadas pelos bancos.
"Estes fatores podem tornar o sistema bancário mais ou menos vulnerável perante as taxas baixas e as curvas de rendimento achatadas", concluiu.