Esta eliminação de empregos, segundo comunicado do grupo aeronáutico divulgado hoje, resulta da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, e vai afetar 5.100 postos de trabalho na Alemanha, cinco mil na França, 1.700 no Reino Unido, 900 em Espanha e 1.300 em outros países.
Parte destas eliminações de emprego respeitam à filial francesa Stelia Aerospace e à alemã Premium Aerotec.
"Se bem que medidas forçadas (despedimento puro e duro) não possam ser excluídas neste momento, a Airbus vai trabalhar com os seus parceiros sociais para limitar o impacto do plano com recurso a várias medidas, como saídas voluntárias e reformas antecipadas, bem como desemprego parcial de longa duração nas atividades que o permitam", adiantou o construtor aeronáutico, que tenciona concluir as negociações com os sindicatos este ano.
O plano social visa a supressão de 14.931 empregos, dos quais 4.952 em França (3.488 no segmento dos aviões comerciais e 1.464 na Stelia Aerospace), segundo o sindicato CGE-CGC, que entende que "deve ser recusada qualquer saída forçada de assalariados do grupo".
A Airbus, que reduziu em abril a sua cadência de produção em mais de um terço, devido ao colapso do mercado do transporte aéreo, está "confrontada com a crise mais grave que este setor alguma vez conheceu", declarou o presidente executivo da Airbus, Guillaume Faury, citado no texto.
"As medidas tomadas até agora pela empresa permitiram absorver o choque inicial desta pandemia. Devemos agora assegurar a durabilidade da empresa e garantir a nossa capacidade de emergir da crise como líder global do setor aeroespacial, adaptando-nos aos desafios imensos que enfrentam os nossos clientes", acrescentou.
As supressões de empregos agora anunciadas afetam o segmento da aviação comercial, o mais importante do grupo, e não envolve o Airbus helicópteros nem o Defesa e Espaço.
Confrontada com um mercado problemático, este último tinha anunciado em fevereiro em plano de reestruturação que previa eliminar 2.665 postos de trabalho.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 505.500 mortos e infetou mais de 10,32 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.