Os dados provisórios divulgados, esta quarta-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) apontam para uma redução do emprego na ordem dos 4% entre fevereiro e maio, o que equivale a menos 192 mil pessoas empregadas nesse período. Apesar de tudo, a taxa de desemprego - que em abril foi de 6,3% e em maio terá sido de 5,5% - não acompanhou este ritmo, mas a taxa de inativos continua a subir, o que significa que a taxa de desemprego não é suficiente para medir o pulso ao mercado de trabalho.
"A evolução do mercado de trabalho continua a ser marcada pelo impacto da pandemia da Covid-19. Entre fevereiro e maio (estimativa provisória), assistiu-se a uma forte redução do emprego de 4,0%. No entanto, essa redução não foi acompanhada por um aumento na taxa de desemprego (definição OIT), tendo até diminuído nesse período (0,9 p.p.)", explica o INE.
Porém, conforme explica a agência de estatísticas, a taxa subutilização de trabalho situou-se em 14,2%, "mais 0,8 p.p. que no mês precedente, mais 1,8 p.p. que há três meses e mais 1,2 p.p. que há um ano".
Este indicador, saliente-se, inclui a população desempregada, o subemprego de trabalhadores involuntariamente a tempo parcial, os inativos à procura de emprego, mas não disponíveis para trabalhar, e os inativos disponíveis, mas que não procuraram emprego.
Dado o contexto que vivemos, com as "restrições à mobilidade associadas à pandemia", o INE considera "particularmente relevante", para analisar o mercado de trabalho, assistir à evolução deste indicador em complemento à taxa de desemprego.
Em maio, a estimativa provisória da população empregada, que correspondeu a 4.646,6 mil pessoas, registou um decréscimo de 2,2% (104,9 mil) em relação ao mês anterior e de 4,0% relativamente a três meses antes e a um ano antes (192,0 mil e 192,6 mil, respetivamente).