"A solução agora encontrada vem ao encontro daquilo que sempre exigimos, ou seja, veio devolver ao Estado português o controlo público da gestão de que nunca deveria ter abdicado", acentua o Sitava, em comunicado.
O Governo anunciou hoje que chegou a acordo com os acionistas privados da TAP, ficando com 72,5% do capital da companhia aérea, por 55 milhões de euros, com a aquisição da participação (de 22,5%) até agora detida por David Neeleman. O empresário Humberto Pedrosa detém 22,5% e os trabalhadores os restantes 5%.
Na nota divulgada, a estrutura sindical acrescenta aguardar que a atividade seja retomada, face aos "efeitos devastadores da paragem quase total da frota", devido à pandemia provocada pela covid-19, e que se garanta uma TAP "robusta".
"O que esperamos agora é que se inicie rapidamente a retoma da operação que já está atrasada, e que o acionista Estado honre os seus compromissos de reconstruir uma TAP robusta, que sirva o país, e com a capacidade necessária para manter o setor do turismo no mínimo com a atual dimensão", realça.
O sindicato espera que seja retomada "a normalidade da laboração", com o regresso dos trabalhadores aos locais de trabalho, referindo ser uma área de atividade que representa "cerca de 14% do PIB [Produto Interno Bruto]" e que dá emprego a centenas de milhar de trabalhadores.
No comunicado hoje divulgado, o Sitava diz esperar que seja abandonada a "peregrina ideia" de transformar a TAP numa "empresa de baixo custo completamente descaracterizada", o que seria "um verdadeiro suicídio", e que se aposte em valorizar a diferença "pela excelência da qualidade do serviço".
O Sitava alerta ainda o acionista Estado para que "resista à tentação das nomeações políticas, e que promova a vinda para a empresa de gestores conhecedores do negócio e empenhados com o projeto, de modo a mobilizar todos os recursos, incluindo os trabalhadores, para a árdua tarefa de reconstruir a TAP".
A concessão de um apoio do Estado à TAP tem estado em discussão desde que a atividade da companhia aérea ficou paralisada, por causa da pandemia, tendo sido acordado uma injeção de até 1.200 milhões de euros.