O gestor nomeado pelo primeiro-ministro para coordenar os trabalhos preparatórios do plano de relançamento da economia, António Costa Silva, está mais pessimista do que o Governo, antecipando que a queda do produto interno bruto (PIB) este ano pode ascender aos 12%.
Os dados constam do plano que Costa Silva submeteu ao governo com a sua visão estratégica, ao qual o Expresso teve acesso.
Nesse documento, Costa Silva alerta que a situação de muitas empresas pode deteriorar-se significativamente já a partir de setembro.
Relativamente ao cenário macroeconómico, o consultor antecipa uma queda do PIB de 12%, enquanto as atuais previsões do Governo, que constam no Orçamento Suplementar, apontam para uma contração de 6,9%.
Apesar de tudo, o ministro de Estado e das Finanças, João Leão, admitiu, na quinta-feira, que "oportunamente" poderá ser feita uma revisão das projeções económicas, mas não para já, devido ao atual contexto de elevada incerteza.
A Comissão Europeia estima uma queda de 9,8% do PIB para Portugal este ano. As previsões de Bruxelas estão todavia basicamente em linha com as mais recentes divulgadas pelo Banco de Portugal, que estima que a recessão atinja este ano os 9,5%, registando uma recuperação de 5,2% em 2020.