"Estes últimos meses foram praticamente difíceis, marcados pela pandemia, onde todos tiveram a necessidade imperiosa de se adaptar e inovar nas respostas. Há uma coisa que ficou bem patente -- o valor estratégico da agricultura. Todos nós percebemos que a agricultura e o complexo agroalimentar foram fundamentais e determinantes para responder [à pandemia]", afirmou Maria do Céu Albuquerque, que falava numa audição parlamentar na Comissão de Agricultura e Mar.
De acordo com a governante, o setor teve que se adaptar a novos padrões de consumo, à quebra da procura e novas necessidades de escoamento, com o canal Horeca (hotéis, restaurantes e cafés) a "arrancar devagar", o turismo "praticamente parado" e o trabalho presencial a ser retomado.
A titular da pasta da Agricultura afirmou que a resposta da agricultura deve-se a todo o setor, que assegurou a segurança do abastecimento alimentar e, através de um diálogo constante, garantiu que "nada faltou na casa dos portugueses".
Citando dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), Maria do Céu Albuquerque indicou que as exportações do setor baixaram 12,8% em maio, face ao período homólogo, quando, em abril, ainda se tinha registado um aumento de 1,6%.
Porém, "os dados acumulados até maio [revelam que] o complexo agroalimentar diminuiu em 0,3% as exportações e o setor primário subiu 4%".
O papel de agricultura numa "transição justa e inclusiva" terá que passar por "desenvolver e consolidar uma estratégia para voltarmos a onde estávamos em março", declarou.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 573 mil mortos e infetou mais de 13,12 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.668 pessoas das 47.051 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.