A Ryanair, que até agora tinha previsto voltar a 70% da sua capacidade em setembro, explica em comunicado ter de reduzir os voos previstos, nomeadamente para França e para Espanha, dois países incluídos na quarentena imposta pelo Governo britânico.
Contactada pela Lusa, fonte oficial da Ryanair confirmou que a redução de voos vai abranger toda a rede da transportadora, mas não adiantou de que forma vai afetar a operação em Portugal, uma vez que não vão revelar números por país.
Em comunicado, a companhia explicou que as reduções passam, sobretudo, por uma menor frequência de voos e não por interrupções do serviço.
"A queda na capacidade e frequência dos voos nos meses de setembro e outubro são inevitáveis tendo em conta a recente redução das reservas na sequência das restrições adotadas em alguns países europeus", referiu um porta-voz da Ryanair citado no comunicado.
Os passageiros afetados pela anulação dos seus voos em setembro foram advertidos e os que têm voos para outubro, menos numerosos, vão ser avisados durante o dia.
Além das reduções para Espanha e França, a diminuição de voos vai afetar principalmente a Suécia e a Irlanda, que impõe uma quarentena aos passageiros provenientes do Reino Unido.
A Ryanair pediu ao Governo irlandês que altere a lista de países aos quais impõe quarentena, excluindo por exemplo a Alemanha, onde os casos são inferiores aos da Irlanda.
O anúncio feito pela companhia aérea "low cost" confirma que a esperada recuperação do tráfego aéreo, após meses de paragem devido ao confinamento, é mais difícil do que o previsto, numa altura em que o vírus ainda continua muito ativo na Europa.
O setor aéreo britânico, um mercado incontornável para a Ryanair, não esconde a preocupação após a decisão do Reino Unido de impor quarentena aos passageiros provenientes de França, pouco tempo depois de ter feito o mesmo em relação a Espanha.
Para enfrentar a crise causada pela pandemia e a diminuição da procura, a Ryanair já anunciou um plano de reestruturação que passa pela eliminação de 3.000 empregos, o que representa 15% do seu pessoal.
A pandemia levou a perdas de 185 milhões de euros entre abril e junho e a companhia previa até agora prejuízos mais baixos entre julho e setembro com a recuperação do movimento aéreo.
No mundo, a pandemia de covid-19 já provocou 770.429 mortos desde dezembro do ano passado.
Na Europa, o maior número de vítimas mortais regista-se no Reino Unido (41.366 mortos, mais de 318 mil casos), seguindo-se Itália (35.396 mortos, mais de 253 mil casos), França (30.410 mortos, mais de 331 mil casos) e Espanha (28.617 mortos, mais de 342 mil casos).
Portugal contabiliza 1.779 mortos em 54.234 casos de infeção.