De acordo com a agência Efe, a Turespaña (Turismo de Espanha) adiantou hoje que as agências de viagens registaram um julho ainda pior do que junho em termos de emprego, apesar do fim do confinamento, com a perda de 486 associados.
No último ano, o setor perdeu 9.275 trabalhadores, que representam 13,5% do emprego.
A Fetave referiu, em comunicado, que a decisão dos dois principais emissores de turistas para Espanha (Reino Unido e Alemanha) de impor quarentenas aos turistas deste país, bem como restrições de outros Estados, fez com que a situação das agências de viagens internacionais tenha "piorado de uma forma extraordinária".
"A situação tornou-se desesperada, mas não irreversível, porque é otimista", tendo em conta que "as agências só contam com o mercado nacional de evitar o encerramento e, em muitos casos, o desaparecimento de empresas e empregos", de acordo com o mesmo documento, citado pela Efe.
O secretário de Estado do Turismo de Espanha, Fernando Valdés, lembrou hoje que, em 28 de julho, 516.191 trabalhadores do turismo continuavam protegidos pelo ERTE ['lay-off'], um sistema que, defendeu, "tem-se mostrado eficaz no apoio às empresas e na contenção da destruição de emprego nos setores mais atingidos pela covid-19 ".
A Fetave acredita que um "resgate setorial ordenado" é "essencial" não só para as agências de viagens, mas para o setor do turismo no global, que se encontra em situação de "extrema emergência".
Como parte desse resgate, o organismo exige que sejam levados a cabo procedimentos de regulação do trabalho temporário por motivos económicos, técnicos, organizacionais ou produtivos, nas mesmas condições atribuídas aos casos de força maior por motivo de covid-19.
Além disso, pede que seja considerada a possibilidade de extinção de regras de regulação do trabalho ou a manutenção dos adiamentos das contribuições para a Segurança Social.
O organismo defendeu ainda outras medidas, como a ampliação das garantias aos empréstimos apoiados pelo Estado para 90%, o aumento dos prazos de carência e amortização, e permitir que estas regras sejam não apenas para operações de crédito financeiro, mas também outros tipos de acordos de renegociação de condições.
A Fetave considera ainda "vital" recuperar o atraso no estímulo à procura através dos operadores turísticos e de transportes, bem como a abolição "pelo menos até dezembro de 2021" dos impostos ambientais "e outras sobretaxas ao setor do turismo".