De acordo com os dados mensais divulgados hoje pela consultora alemã GfK (Society for Consumer Research), embora as expectativas económicas e a disposição para realizar compras tenham melhorado, mesmo que já só muito ligeiramente, as perspetivas de rendimento recuaram consideravelmente.
Apontando também um aumento da tendência de poupança, a Gfk prevê para o indicador - elaborado a partir da opinião de cerca de 2.000 inquiridos -- uma diminuição de 1,6 pontos, dos 0,2 pontos negativos de agosto para 1,8 pontos negativos em setembro.
"O aumento dos contágios e o receio de um endurecimento das restrições devido ao coronavírus geram incerteza e afetam o estado de ânimo", afirma o perito em consumo da GfK, Rolf Bürkl, citado num comunicado divulgado hoje pela consultora.
Segundo acrescenta, a descida temporária do IVA - de 19% para 16% e de 7% para 5% na taxa reduzida --, que entrou em vigor em 01 de julho, "pode sustentar o consumo, mas, pelo menos para já, não consegue impulsioná-lo".
De acordo com Bürkl, dependerá sobretudo da evolução futura do número de contágios e das medidas necessárias a tomar pelas autoridades se esta diminuição da confiança dos consumidores será ou não temporária.
A GfK nota que os consumidores continuam convencidos de que, apesar de tudo, a economia alemã conseguirá sair da pior recessão desde o pós-guerra, também devido ao diversificado pacote de ajudas lançado pelo Governo alemão.
Ainda assim, refere, tal apenas acontecerá se os contágios não aumentarem e se não for necessário implementar medidas drásticas para conter a pandemia ou, mesmo, determinar um segundo confinamento.
Segundo se acrescenta no comunicado, para uma recuperação efetiva e sustentável da economia alemã, é também "extremamente importante" que os países recetores das exportações alemãs "levantem a cabeça rapidamente".
A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 826 mil mortos e infetou mais de 24,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.