A Associação Turismo do Algarve (ATA) saúda a decisão de Inglaterra de manter Portugal nos corredores aéreos - apesar de o País de Gales e a Escócia terem optado por outro caminho - e adianta que há turistas britânicos que dizem sentir-se mais seguros por cá do que no seu país, em virtude das medidas implementadas.
"Muitos residentes e turistas britânicos afirmam que se sentem mais seguros aqui do que no seu próprio país, devido ao cumprimento rigoroso das medidas que foram implementadas na região por todos os agentes e empresas de turismo e ao comportamento responsável de toda uma sociedade que se mobiliza para a prevenção", refere a associação, em resposta às questões colocadas pelo Notícias ao Minuto.
O Governo britânico manteve, na quinta-feira, Portugal na lista de países seguros, pelo que os passageiros provenientes do país continuam isentos de cumprir uma quarentena de duas semanas ao chegar ao Reino Unido. Já o País de Gales e a Escócia - governos autónomos - seguiram outro caminho e optaram por retirar Portugal do corredor aéreo.
A expectativa para os próximos meses é que a confiança na região possa continuar a aumentar, sendo que a ATA destaca já ter "recebido alguns sinais nesse sentido", justificando com o reforço das ligações aéreas entre o aeroporto de Faro e outros locais.
E se houver um passo atrás?
A Associação lembra, porém, que um eventual passo atrás na decisão tomada por Inglaterra terá "impacto em todas as empresas de turismo da região", até porque setembro é um mês 'chave' para o Sul do país.
"Setembro é tradicionalmente um mês importante para o Algarve, marcado pela chegada de muitos britânicos que aqui vêm jogar golfe, desfrutar de atividades em contacto com a natureza e aproveitar o sol do final do verão", sublinha.
Os dados da ATA revelam que foram registadas 758 mil dormidas de britânicos na região em setembro do ano passado, valor que representou 13% do indicador para este mercado no total do ano.
Recorde-se que Portugal só foi incluído na lista dos países com corredores de viagem com o Reino Unido a 20 de agosto apesar da pressão do governo português e do setor do turismo sobre as autoridades britânicas.
Na altura, o ministro dos Transportes, Grant Shapps, avisou que "as coisas podem mudar rapidamente" e que as pessoas deveriam viajar apenas se estiverem dispostas a cumprir quarentena de 14 dias, se necessário", falando por experiência própria, pois teve de ficar em isolamento ao voltar de férias em Espanha.
Há outras 'fontes' de confiança
Apesar de a decisão tomada no final da semana passada ter sido positiva para a região, há outras 'fontes' de confiança que estão a animar a confiança no Algarve.
"Neste momento, o Algarve está a receber sinais muito positivos de confiança na região enquanto destino seguro, não só por parte de outros mercados externos, como a Alemanha, França, Holanda, Suíça ou Espanha, mas também por parte de grandes organismos internacionais", refere a ATA, justificando com a realização da Fórmula 1 em Portimão e a corrida de Moto GP.
A realização destes eventos "transmite uma mensagem de grande confiança, conhecidos que são os exigentes critérios que estão na base destas escolhas", atira a Associação.
Mesmo assim, sublinha a ATA, "ainda que o Algarve esteja fortemente empenhado em recuperar algum do tempo perdido, não será possível, este ano, recuperar o impacto negativo que a região já sentiu, nem os efeitos que anteriores decisões do governo britânico provocaram".