"A nossa estimativa, de acordo com essas expectativas [da organização do evento] é que, efetivamente, possa ter um efeito de arrasto, não só no concelho onde ocorre a prova, em Portimão, mas estendendo-se, inclusivamente, aos concelhos limítrofes", afirmou Cristina Siza Vieira, em declarações à agência Lusa.
O Autódromo Internacional do Algarve (AIA), em Portimão, região do Algarve, vai receber o Grande Prémio de Portugal de Fórmula 1, em 25 de outubro.
Apesar de ainda não ter dados concretos fornecidos pelos associados da AHP relativamente às reservas na altura do evento, a responsável lembrou que, só ligadas à organização, a prova de Fórmula 1 leva ao Algarve 10 mil pessoas.
"Já se percebe que tem um impacto numérico também importante [...] e, portanto, temos uma expectativa, efetivamente, que o Algarve venha quase todo a vibrar com este evento", acrescentou Cristina Siza Vieira.
Apesar de ser a primeira vez que o Algarve recebe uma prova deste género, a presidente da AHP sublinhou que a região já tem recebido eventos de automóveis topo de gama, pelo que a expectativa é de que o impacto seja mais sentido em hotéis de categorias superiores (quatro e cinco estrelas).
"Prova como esta nunca tivemos, mas sabemos que, efetivamente, o cliente de Fórmula 1, até pelo próprio preço dos bilhetes, é um cliente exigente", apontou.
Relativamente ao aproximar da época baixa para o turismo, Cristina Siza Vieira adiantou que há alguns grupos hoteleiros que já sinalizaram a intenção de fechar algumas unidades, devido à falta de procura.
No entanto, a presidente da AHP espera que a campanha de descontos comparticipados pelo Turismo de Portugal (#TUPODES), à qual a AHP se associou através da plataforma de reservas click2portugal, possa ajudar a dinamizar a hotelaria.
"A nossa expectativa não é de que isto venha mudar o panorama. É que estimule a procura com a reserva direta", ressalvou.
No final de setembro, o primeiro-ministro, António Costa, anunciou, durante o encerramento da V Cimeira do Turismo Português, o lançamento de um programa de comparticipação pública aos operadores dos setores da restauração, alojamento, transportes e cultura, que ofereçam descontos aos clientes.
A medida visa estimular a procura e ajudar a recuperação de um dos setores mais afetados pela pandemia de covid-19.
Em entrevista à Lusa, a secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, esclareceu que os descontos que os operadores turísticos aplicarem entre 05 de outubro e 15 de dezembro têm de ser superiores a 30% para que o Turismo de Portugal comparticipe metade.