"Com a segunda vaga, as políticas orçamentais nacionais provavelmente necessitam de dar um apoio geral por mais tempo do que o inicialmente estimado", indicou o FMI, na sua revisão da economia da zona euro.
Numa videoconferência de imprensa, a diretora-geral da instituição, Kristalina Georgieva, aplaudiu a "potente" resposta monetária do BCE e o estímulo orçamental "sem precedentes" que ajudaram a amortecer o impacto da crise.
Georgieva salientou, no entanto, que devido aos efeitos da segunda vaga, que obrigou a retomar restrições de mobilidade e confinamentos parciais na União Europeia (UE), é importante "não retirar demasiado depressa" o apoio.
A Comissão Europeu suspendeu temporariamente as regras de disciplina orçamental para que os países possam aumentar a despesa e permitiu ajudas a empresas para evitarem o colapso.
Na sua avaliação, o organismo reconheceu os problemas financeiros que podem enfrentar as economias mais endividadas da zona euro, como Portugal, Itália ou Espanha, se a recuperação demorar mais do que o esperado.
"Para alguns países com níveis de dívida já elevados, proporcionar o apoio orçamental necessário e atender às obrigações existentes pode gerar o risco de reações adversas do mercado", segundo o relatório.
O FMI previu em outubro uma queda da economia da zona euro de 8,3% para este ano.
Para 2021, a instituição prevê uma recuperação moderada na zona euro de 5,2%, apoiada no "enorme e inovador" pacote de recuperação aprovado pela UE no valor de 750.000 milhões de euros.