"TAP tem mais 19% de pilotos" por avião do que as concorrentes

O ministro das Infraestruturas disse hoje que a TAP tem mais 19% de pilotos por aeronave do que "praticamente todos os concorrentes", sublinhando que a empresa tinha um conjunto de desvantagens competitivas face às congéneres, antes da covid-19.

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Lusa
11/12/2020 13:06 ‧ 11/12/2020 por Lusa

Economia

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"A TAP tem mais 19% de pilotos por aeronave do que praticamente todos os concorrentes. A TAP tem mais 28% de tripulantes por aeronave do que a maior parte dos concorrentes", disse Pedro Nuno Santos.

"A TAP tinha e tem um conjunto de ineficiências que a tornam menos competitiva do que os seus concorrentes, que são as companhias de bandeira. Antes da Covid-19 tinha já um conjunto de desvantagens competitivas face às congéneres", acrescentou.

 

Segundo o governante, "para produzir o mesmo, a TAP precisa de mais pilotos", uma diferença face aos concorrentes diretos que, disse, tem que ser corrigido com o plano de reestruturação.

A informação foi transmitida em conferência de imprensa conjunta do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, e do secretário de Estado do Tesouro, Miguel Cruz, no Ministério das Infraestruturas, em Lisboa, depois de o Governo ter entregado o plano de reestruturação da companhia aérea à Comissão Europeia, na quinta-feira.

"Isto acontece porque nós temos acordos de empresa que são fruto de negociações coletivas [...] que têm consequências na estrutura de custos da TAP, que tornam mais difícil a escolha que temos de fazer agora", disse o governante, sublinhando, porém, não estar a atribuir a responsabilidade pela situação da TAP aos trabalhadores.

Segundo Pedro Nuno Santos, os pilotos da TAP ganham mais do que os da Ibéria, um dos principais concorrentes da transportadora portuguesa.

O plano de reestruturação entregue a Bruxelas na quinta-feira prevê também a suspensão dos acordos de empresa, medida sem a qual, segundo o ministro, não seria possível fazer a reestruturação da TAP.

"Para podermos suspender os acordos de empresa é necessário que o Conselho de Ministros declare a empresa em situação económica difícil", explicou, apontando que este é, aliás, um regime ao abrigo do qual a TAP já tinha estado no passado, em 1977.

O Governo entregou na quinta-feira o plano de reestruturação da TAP à Comissão Europeia, que, segundo detalhou hoje o ministro, prevê o despedimento de 500 pilotos, 750 tripulantes de cabine, 450 trabalhadores da manutenção e engenharia e 250 das restantes áreas.

O plano prevê, ainda, a redução de 25% da massa salarial do grupo e do número de aviões que compõem a frota da companhia, de 108 para 88 aviões.

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