O presidente da direção da ALA - Associação do Alojamento Local dos Açores, Rui Correia, afirmou, em declarações à agência Lusa, que, "no imediato, o Governo Regional deveria rever as medidas em vigor, de forma a que os empresários em nome individual ou trabalhadores independentes, em especial os que não têm contabilidade organizada, possam usufruir das mesmas".
"Além disso, é tempo de criar medidas com especial foco no alojamento local e suas especificidades, para que durante a época baixa, que terá uma atividade muito residual, se possa fazer face às despesas correntes, como água, resíduos, eletricidade, telecomunicações, IMI, etc.", declarou o dirigente associativo.
Rui Correia considerou que "o objetivo é dar garantias àqueles que até ao momento investiram sem apoios do governo, para que possam manter a capacidade de oferta de camas na região".
A ALA realizou, entretanto, um novo inquérito aos cerca de 1.900 proprietários de alojamentos locais, entre 11 e 27 de novembro, tendo obtido 487 respostas.
"Existe uma grande parte dos alojamentos que não obtiveram qualquer apoio" com as quebras de reservas, que rondaram os 80%, concluiu o inquérito.
Segundo o presidente da ALA, o impacto direto na economia em 2020 "é de 28 milhões de euros, devido à quebra de reservas, dos quais 13 milhões são diretos para as famílias e quase cinco milhões para o Estado".
Esta área, sublinhou, representa "cerca de 19% do total de população empregada no setor de atividade em alojamento, restauração e similares".
"Mesmo com todos estes fatores adversos, 68% dos alojamentos locais continuam com os seus calendários disponíveis para reserva, o que transmite grande confiança à economia local. Continuamos a conseguir dar conta de possíveis procuras de mercado no alojamento de curta duração, o que automaticamente dinamiza toda a economia envolvente. Isto foi o que aconteceu na última crise económica em Portugal e que fez com que o turismo fosse a grande alavanca do sucesso português", referiu a associação.
De acordo com a informação disponibilizada, 68% dos alojamentos locais "têm o seu plano de contingência ativo, reforçando a ideia de que estão mais do que preparados para uma eventual ocorrência", enquanto a classificação dada ao programa "Clean & Safe" "é mediana, devendo este ser revisto e melhorado".
A ALA defende a "necessidade de enquadrar todas as categorias de alojamento local no próximo quadro comunitário: "Existe neste momento apoios para algumas categorias de alojamento e só uma de alojamento local".