"Esta já é praticamente uma inevitabilidade e, portanto, a própria administração, com recomendação do acionista, terá, obviamente, de prestar contas", afirmou hoje José Manuel Bolieiro em relação à possibilidade de instaurar uma auditoria à companhia aérea açoriana.
O líder do executivo regional, de coligação PSD/CDS/PPM, falava em conferência de imprensa conjunta com o líder regional da UGT/Açores, Francisco Pimentel, que pediu "que seja feita uma auditoria, ou uma investigação, àquilo que foi a responsabilidade de sucessivos dirigentes da SATA, de sucessivos conselhos de administração da SATA".
Para o dirigente sindical, que foi hoje recebido em audiência no Palácio de Santana, em Ponta Delgada, "aqui a culpa não pode morrer solteira e têm de ser os gestores públicos deste país responsáveis pela boa ou má gestão".
"Não podem os trabalhadores ser sistematicamente o bode expiatório da má gestão ou de gestão danosa das empresas públicas e, neste caso, a SATA é fundamental para alavancar a economia num setor fundamental, que é o setor turístico", prosseguiu.
José Manuel Bolieiro defendeu que é "entendimento da região, representada pelo Governo nessas matérias, saber das contas e exigir uma autonomia de responsabilização e responsabilidade aos gestores públicos".
Este executivo irá adotar uma "atitude governativa de assegurar independência e autonomia na gestão profissionalizada do Setor Público Empresarial Regional, sem intromissão do Governo da Região Autónoma dos Açores".
"O Governo, enquanto representante do acionista Região Autónoma dos Açores, determinará as obrigações de serviço público, assegurará absoluto escrutínio relativamente ao cumprimento destas obrigações e compromisso quanto à subvenção pública que lhe compete e o obriga a estabelecer" com essas empresas, e "obviamente que também [está] disponível para o exercício de prestação de contas".
O social-democrata demonstrou ainda a sua solidariedade para "com os trabalhadores" da companhia aérea, garantindo que o Governo "tudo fará para salvar a empresa" e para garantir a "manutenção dos empregos".
No final do encontro entre o governante e a UGT, Francisco Pimentel reiterou a importância de olhar para a "economia de pandemia", tomando medidas "para salvaguardas as empresas e, com isso, salvaguardar os empregos", mas também para a economia de pós-pandemia.
Para o sindicalista, depois de ultrapassado o período crítico da crise sanitária, "é preciso apostar no desenvolvimento", o que passa por "apostar na diversificação da economia, na criação de emprego, criação de empresas, atração de empresas e de investimento para a região", alertando, ainda, para a importância de "recuperar o setor turístico".
O representante regional da União Geral de Trabalhadores disse também que recebeu com "agrado o facto de o Governo ter assumido no seu programa a redução da carga fiscal".
"Para nós, baixar o IRS até ao limite legal possível é também devolver rendimento aos trabalhadores e às suas famílias e era uma medida que urgia tomar", afirmou.