"As expectativas eram muito más [em relação ao Natal], não apenas pelas restrições sanitárias, mas também económicas, que os clientes estão com menos dinheiro. Mas as pessoas recomeçaram a ir à Baixa de Coimbra", afirmou a presidente da Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra (APBC), Assunção Ataíde.
Apesar de notar que a maioria apenas estava de passeio pela Baixa, o Natal permitiu ser "um balãozinho de oxigénio" e sentiu-se "alguma adesão dos cidadãos de Coimbra" ao apelo para consumir no comércio local e tradicional, disse à agência Lusa Assunção Ataíde.
"Houve comerciantes que até registaram valores superiores a outros natais", salientou, referindo, no entanto, que o ano económico de 2020 foi de perda, em média, de 40% da faturação para os comerciantes da Baixa.
Para Assunção Ataíde, os próximos meses "vão ser mais difíceis", até porque se no início da pandemia os comerciantes tinham algumas reservas financeiras, essas reservas hoje "estão no gelo".
"O Natal foi um pouco melhor, mas nada que chegue para criar um balão de oxigénio, até porque não havia oxigénio para trás", constatoua presidente da Associação de Comerciantes e Empresários deCoimbra (AICEC), Zita Alexandre.
A responsável saudou também o esforço da Câmara de Coimbra, que avançou com um programa de 'vouchers' para famílias que perderam rendimento durante a pandemia, que podem ser aplicados no comércio local.
"Continuamos com muitas dificuldades e, ao nível da restauração, há situações aflitivas", alertou.
Apesar de a época natalícia ter vindo "animar um pouco os comerciantes", a faturação está longe de anos anteriores e a preocupação centra-se naquilo que irá acontecer nos próximos meses.
"A par dos problemas financeiros de muitos comerciantes, vamos ter, ao longo deste ano, problemas psicológicos também, porque as pessoas estão cada vez mais dececionadas e mais inseguras", realçou Zita Alexandre.