Com a crise gerada pela pandemia, muitos podem ter visto os seus rendimentos serem reduzidos e, por consequência, serem obrigados a fazer uma nova gestão das finanças pessoais. Há algumas soluções que deve conhecer e que o podem ajudar, de acordo com o Gabinete de Apoio ao Sobre-endividado (GAS) da DECO.
"Com cada vez mais cidadãos confrontados com a redução dos seus rendimentos, por via do desemprego, do lay-off, do fecho da sua atividade, do corte das comissões, entre outras situações, importa saber quais as medidas existentes e os comportamentos a adotar para ultrapassar estas dificuldades financeiras ou até mesmo para recapitalizar as suas finanças em tempos de crise", refere o GAS da DECO.
Eis algumas soluções que deve conhecer:
- Se estiver numa destas situações e tiver créditos bancários pode "começar por contactar a entidade bancária/financeira onde detém os mesmos e explicar a situação em que se encontra, de forma a que as instituições façam uma avaliação da sua atual capacidade financeira e lhe apresentem propostas de reequilíbrio financeiro, tais como, redução temporária da prestação mensal ou da taxa de juro imputada ao contrato de crédito";
- Além disso, importa sublinhar que os bancos dispõem de "programas de auxílio a quem está em situação de risco iminente de incumprimento prestacional ou já em incumprimento com as prestações mensais". Estes mecanismos de apoio são denominados por PARI (Plano Ação para o Risco de Incumprimento) e PERSI (Plano Extrajudicial de Resolução de Situações de Incumprimento). "Ambos visam o apoio a quem não está a conseguir fazer face às suas obrigações e assim erradicar o risco de acumulação de dívida e penalizações", acrescenta o GAS;
- Pode recorrer à moratória pública para créditos bancários, cujo acesso está disponível até ao dia 31 de março. "O diploma aprovado a 29 de Dezembro de 2020 vem alargar o período de adesão a este apoio estatal, de forma a garantir que as famílias possam retomar a sua vida financeira, evitando a acumulação de dívida e penalizações bancárias";
- Outra solução é cortar despesas supérfluas. "Ou seja, quando gastamos 'aqui e acolá', estamos a despender de dinheiro que poderia ser reinvestido de melhor forma, como por exemplo na poupança mensal. Ao retirarmos algum do nosso rendimento mensal para aplicar na poupança, estamos a garantir uma salvaguarda importante para situações de aflição, como por exemplo perda de rendimentos ou até mesmo desemprego";
- Além disso, pode adotar alguns comportamentos que lhe permitam gastar menos, "poderá não parecer, mas as faturas de água, luz, gás e telecomunicações representam uma grande fatia do nosso orçamento mensal, pelo que é sempre importante que estejamos atentos às mesmas";
- De recordar também que, no âmbito dos contratos de comunicações eletrónicas, durante o primeiro semestre de 2021, "os consumidores que se encontrem em situação de desemprego ou tenham sofrido uma quebra de rendimentos do agregado familiar igual ou superior a 20% face aos rendimentos do mês anterior, podem requerer: a cessação unilateral do contrato, sem qualquer penalização pela cessação antes do término do período de fidelização ou a suspensão temporária do contrato sem qualquer penalização, retomando-se o mesmo a 1 de Janeiro de 2022 ou em data alternativa, desde que acordada entre as partes";
- É também importante fazer um orçamento mensal: "Basta pegar numa folha de papel e numa caneta e colocar de um lado, os rendimentos e no outros as despesas mensais. Após tudo subtraído, terá o saldo, que deverá ser positivo, pois tal indicará que tem um fundo de maneio até ao final do mês, garantindo assim uma saudável vida financeira".