BCE investe em fundo de obrigações verdes
O Banco Central Europeu (BCE) vai investir num fundo de obrigações verdes em euros, emitido pelo Banco de Pagamentos Internacionais para financiar a produção de energia renovável, projetos de eficiência energética e outros projetos ambientais, foi hoje anunciado.
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Economia Banco Central
O BCE afirmou hoje que "este passo marca a contribuição do BCE para os objetivos ambientais e climáticos da União Europeia (UE)".
O Banco de Pagamentos Internacionais (Bank for International Settlements, BIS), que assiste os bancos centrais em todo o mundo e está sediado na cidade suíça de Basileia, criou um fundo de investimento em obrigações verdes denominadas em euros para bancos centrais, conhecido como EUR BISIP G2.
"Com este investimento, o BCE contribui, no âmbito do seu mandato, para os esforços globais de promoção dos objetivos ambientais, incluindo os objetivos climáticos da UE e de combate às alterações climáticas", afirmou o BCE num comunicado.
A presidente do BCE, Christine Lagarde, falou hoje na conferência "Green banking and green central banking, what are the right concepts", organizada pela Universidade Goethe de Frankfurt.
Lagarde disse que a emissão de obrigações verdes por residentes na zona euro aumentou sete vezes desde 2015, para 75.000 milhões de euros em 2020, um montante que representa 4% do total da emissão de obrigações de empresas.
O investimento em EUR BISIP G2 é "parte da estratégia de investimento sustentável e responsável do BCE que visa aumentar a quota de títulos verdes na sua própria carteira de financiamento", acrescentou a instituição monetária.
O BCE também considera que este investimento complementa as compras diretas de obrigações verdes que realiza nos mercados secundários.
O BCE já detém obrigações verdes que representam 3,5% da sua carteira de financiamento total, que tem um valor de mercado de 20.800 milhões de euros, e planeia aumentar essa quota nos próximos anos.
O EUR BISIP G2 faz parte da iniciativa de financiamento de obrigações verdes do BIS, que ajuda os bancos centrais a incorporar objetivos de sustentabilidade ambiental na gestão das suas reservas e capital.
Em setembro de 2019, o BIS lançou o financiamento de obrigações verdes em dólares ao abrigo da mesma iniciativa.
Juntos, os dois fundos de obrigações verdes do BIS estão definidos para gerir 2.000 milhões de dólares em obrigações verdes para os bancos centrais.
O BIS também espera que os fundos, cujas obrigações têm uma notação de pelo menos A-, o que equivale a uma nota baixa, cresçam ainda mais.
Lagarde disse ainda que as implicações de não enfrentar as alterações climáticas já são visíveis.
O número de catástrofes naturais causadas por riscos naturais está a aumentar e causou danos no valor de 210.000 biliões de dólares em 2020, segundo a presidente do BCE.
Uma análise de 300 estudos sobre catástrofes concluiu que 70% dos acontecimentos analisados se tornaram mais prováveis e graves devido às alterações climáticas causadas pelo homem.
A presidente do BCE também sublinhou que na Europa a vontade política aumentou entre os reguladores e as autoridades orçamentais para acelerar a transição para uma economia neutra em termos de emissões de carbono com avanços tecnológicos no setor privado.
O BCE está também a tomar medidas para aumentar os investimentos sustentáveis e responsáveis no fundo de pensões para o seu pessoal e reduziu significativamente a pegada de carbono do fundo de ações.
Está também a estudar a expansão da utilização de índices de baixo carbono para ativos de rendimento fixo no seu fundo de pensões.
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