As afirmações da responsável sobre a permanência no mercado foram feitas depois de questionada sobre o comunicado divulgado no final da última reunião do BCE, na passada quinta-feira, que admitia a possibilidade de não ser integralmente utilizada a dotação do programa de compra de dívida de emergência "se as condições de financiamento se mantiverem favoráveis" com menos compras de dívida.
O volume do programa de compra de dívida de emergência lançado em março passado para atenuar os efeitos da pandemia de covid-19 atinge 1,85 biliões de euros, depois de ter sido reforçado na reunião do BCE de dezembro e de a sua duração ter sido prolongada até março de 2022.
O BCE está disposto a comprar mais dívida se for necessário para garantir que as taxas de juro permanecem baixas em todos os países do euro, mas também a não utilizar integralmente a dotação do programa "se as condições de financiamento se mantiverem favoráveis" com menos compras de dívida, indicava o comunicado.
As declarações de Lagarde foram feitas num painel que debate o regresso ao crescimento económico após a crise causada pela pandemia.
No debate participam também os ministros da Economia de França, Bruno Le Maire, e da Alemanha, Peter Altmaier, e os líderes do banco Goldman Sachs, David Solomon, e da Volkswagen, Herbert Diess.
Lagarde disse que no ano passado o investimento caiu 14% na zona euro em consequência da pandemia.
A presidente do BCE considerou que a recuperação depende da evolução da situação sanitária e dos confinamentos, por isso considerou que o apoio orçamental deve ser importante e muito ativo.
"O objetivo do BCE é apoiar todos os setores da economia e que as condições financeiras sejam favoráveis", com taxas de juro baixas para as obrigações soberanas, para as empresas e famílias, segundo a líder do BCE.
Para a segunda metade de 2021, Lagarde espera uma recuperação, mas disse que "será uma nova economia".
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