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Bruxelas mais pessimista. Vê crescimento de 4,1% do PIB para este ano

Número fica abaixo dos 5,4% previstos no outono pela Comissão Europeia. O Governo já referiu que vai também "rever significativamente o cenário macroeconómico para 2021".

Bruxelas mais pessimista. Vê crescimento de 4,1% do PIB para este ano
Notícias ao Minuto

10:00 - 11/02/21 por Beatriz Vasconcelos com Lusa

Economia Bruxelas

A Comissão Europeia estima agora um crescimento do produto interno bruto (PIB) português de 4,1% este ano e de 4,3% para 2022, numa altura em que a pandemia da Covid-19 continua bem presente e a atrasar o ritmo de recuperação económica na União Europeia, de acordo com as previsões económicas atualizadas esta quinta-feira.

No outono, Bruxelas reviu em baixa as perspetivas de recuperação em 2021, ao projetar um crescimento de 5,4% do PIB (contra 6,0% em julho), seguido de uma subida de 3,5% em 2022.

Na terça-feira, o ministro das Finanças, João Leão, admitiu no parlamento que o Governo terá de "rever significativamente o cenário macroeconómico para 2021", face à evolução da pandemia da Covid-19 em Portugal.

Para 2021, o Governo prevê, atualmente, um crescimento económico de 5,4%, mas espera-se que este número seja, entretanto, revisto.

Relativamente à inflação, a Comissão Europeia estima uma taxa de 0,9% para este ano e de 1,2% para 2022, de acordo com as projeções atualizadas esta quinta-feira.

De acordo com os números hoje conhecidos, para 2022 a Comissão Europeia reviu em alta a expectativa de crescimento, subindo dos 3,5% apontados em novembro para uma previsão de 4,3%.

Crescimento português acima da zona euro

As previsões divulgadas hoje pelo executivo da União Europeia (UE) colocam os números portugueses acima dos da zona euro, já que Bruxelas aponta para um crescimento de 3,8% no bloco dos países da moeda única, tanto em 2021 como em 2022.

"Com a introdução de um confinamento mais rigoroso a meio de janeiro de 2021, o PIB deverá cair novamente no primeiro trimestre de 2021, antes de começar a recuperar no segundo trimestre do ano, com uma maior retoma nos meses de verão", pode ler-se na secção dedicada a Portugal das previsões macroeconómicas de inverno.

Bruxelas tem "expectativas para uma retoma notável no turismo no verão, particularmente nas viagens intra-UE, e uma recuperação mais gradual posteriormente", apesar de o setor dever permanecer "um pouco abaixo do seu nível pré-crise até ao final do período das previsões".

Quanto ao PIB, "é esperado um regresso completo aos níveis de pré-pandemia perto do final de 2022, mas os riscos permanecem significativos devido à grande dependência do país do turismo externo, que continua a enfrentar incertezas relacionadas com a evolução da pandemia".

A Comissão Europeia ressalva, por outro lado, que as medidas apresentadas no esboço do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) apresentadas em outubro não estão contabilizadas, e representam um impacto positivo de 0,25% no PIB.

"A procura, deprimida, e a esperada subida do sentimento económico, deverão fomentar a recuperação económica. O consumo privado também deverá beneficiar de um mercado de trabalho relativamente resiliente, onde a queda do emprego compara favoravelmente com a do produto, e as transferências sociais públicas providenciam mais apoio ao rendimento", pode ler-se no texto que acompanha as previsões de hoje de Bruxelas.

Quanto ao ano passado, o executivo europeu assinalou que a queda de 7,6% do PIB em 2020 se deveu ao impacto da pandemia de Covid-19, "com um impacto particularmente forte no grande setor da hospitalidade no país".

Assim, "as exportações de serviços e investimento em equipamento registaram as maiores quedas em 2020, mas o consumo privado também caiu significativamente, no meio de um aumento das poupanças".

"Por outro lado, o investimento na construção continuou a crescer, ajudado pelo ciclo de projetos financiados pela UE. Depois do choque inicial, a indústria transformadora também esteve relativamente bem, recuperando para perto de níveis pré-crise", assinala Bruxelas no relatório de hoje.

[Notícia atualizada às 10:12]

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