Os serviços do representante dos EUA para o comércio (USTR, na sigla em Inglês) indicaram, em notificação que deve ser publicada hoje no jornal oficial, que "neste momento não é necessário rever" esta sanção comercial.
Desde a sua chegada à Casa Branca que Biden deixou entender que não iria modificar as tarifas alfandegárias suplementares que foram criadas pelo governo do seu antecessor, Donald Trump.
Mas já exprimiu a vontade de renovar as ligações pacíficas com os seus aliados históricos, entre os quais os membros da União Europeia (UE).
Os direitos alfandegários em causa foram anunciados no final de 2020 e incidem sobre produtos franceses e alemães: 25% sobre vinhos não espumantes, mosto e conhaques e 15% sobre algumas peças aeronáuticas.
Os direitos entraram em vigor alguns dias antes do final do mandato de Trump, durante o qual as relações comerciais dos EUA com a UE se deterioraram profundamente.
As taxas aplicadas desde janeiro somam-se às impostas desde janeiro de 2019 sobre produtos europeus: vinho, queijo, azeite, uísque e os aviões da Airbus.
A Airbus e o seu concorrente norte-americano Boeing, e por seu intermédio a UE e os EUA, confrontam-se desde outubro de 2004 na Organização Mundial de Comércio (OMC) sobre as ajudas públicas aos dois grupos, consideradas ilegais, no maior conflito comercial tratado pela organização de regulação do comércio internacional.
No final de 2019, os EUA tinham sido autorizados a impor taxas a cerca de 7,5 mil milhões de dólares (6,2 mil milhões de euros) de bens e serviços importados anualmente, a sanção mais pesada aplicada pela OMC.
Um ano mais tarde, a OMC autorizou a UE a aplicar taxas a produtos importados dos EUA. Desde então, a UE aplica direitos alfandegários a quatro mil milhões de dólares de exportações norte-americanas.
O presidente francês, Emmanuel Macron, sugeriu durante uma conversa telefónica com Biden, em 24 de janeiro, que o conflito seja resolvido, noticiou na quarta-feira a estação televisiva de informação financeira CNBC.
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