João Lourenço, que discursava na 44ª sessão do Conselho de Governadores do Fundo Internacional de Desenvolvimento (FIDA), frisou ainda que as importações de bens alimentares no país conheceram também no ano passado uma redução de 24%, "o que é um sinal de que a produção nacional começa a ganhar espaço e a substituir os produtos que antes eram importados".
Segundo o Presidente angolano, mesmo com os constrangimentos causados pela pandemia de covid-19, o executivo angolano continua a desenvolver as iniciativas no sentido de aumentar os investimentos na agricultura.
Programas e projetos de extensão rural e de financiamento de concessão aos operadores rurais e do agronegócio têm sido desenvolvidos, com taxas de juros bonificadas a empréstimos concedidos ao setor privado, destacou João Lourenço.
O chefe de Estado angolano realçou o apoio de parceiros externos, tais como o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), o Banco Mundial, Banco Africano de Desenvolvimento, a Agência Francesa de Desenvolvimento, a União Europeia, entre outros, no aumento da resiliência e autonomia do país, atingindo os objetivos da luta contra a pobreza e aumento da segurança alimentar e nutricional.
Em particular, ao FIDA, João Lourenço agradeceu a atenção e apoio moral, técnico e material, que tem dado a Angola, nos esforços de desenvolvimento agrícola e rural do país.
De acordo com o Presidente angolano, o FIDA tem mobilizado, de forma crescente, recursos técnicos e financeiros para executar os projetos de desenvolvimento agrícola e pesqueiro, intervindo nos domínios-chave de pesquisa e extensão agrárias, reabilitação de infraestruturas rurais, apoio direto aos investimentos produtivos e promovendo o acesso aos mercados, o que vem beneficiando mais de 480 mil famílias em pelo menos dez das 14 províncias do país.
"Permitam-se sublinhar que os esforços em curso para a abertura da representação do FIDA em Angola, bem como a criação recente junto do Ministério da Agricultura e Pescas de coordenação dos projetos financiados pelo FIDA irá aumentar e melhorar a capacidade nacional de implementação dos programas", disse.
João Lourenço frisou que, apesar dos resultados positivos na implementação de programas e projetos agrícolas, pode ser feito "mais e melhor na criação de condições para a retoma do crescimento económico do país em geral, e para o desenvolvimento do setor agrícola e rural, em particular".
"Julgamos importante garantir um envolvimento cada vez mais ativo das organizações de agricultores, bem como reforçar o contributo das pequenas, médias e grandes empresas, que atuam a montante e a jusante da produção agropecuária, tanto através do fornecimento de bens e serviços de apoio à produção, como através da aquisição, processamento e distribuição de produtos de origem local", referiu.
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