Numa mensagem enviada aos trabalhadores na sexta-feira à noite, e a que a Lusa teve acesso, os presidentes do Conselho de Administração e Comissão Executiva, Miguel Frasquilho e Ramiro Sequeira, respetivamente, fazem o balanço das medidas que têm vindo a ser adotadas e dão conta dos "próximos passos" a seguir no âmbito de reestruturação da companhia aérea.
"Ainda que permaneçam alguns casos em análise, podemos partilhar que tivemos cerca de 690 adesões ao programa voluntário de medidas laborais", afirmam ainda os responsáveis.
Contas da companhia apontam que a grande maioria destas adesões, 70%, são referentes a rescisões por mútuo acordo, 14% a trabalho em tempo parcial, 8% a passagens à situação de reforma, 6% a pré-reformas e as restantes a licenças sem retribuição.
"Hoje, este programa representa um redimensionamento de cerca de 630 postos de trabalho, considerando os trabalhadores em tempo parcial. O programa de candidaturas voluntárias à Portugália tem neste momento cerca de 45 candidaturas em análise. Adicionalmente, a implementação das medidas decorrentes dos Acordos de Emergência celebrados, permitirá preservar até 750 postos de trabalho", acrescentam.
Já como próximos passos, a TAP diz que vai concluir a análise dos processos voluntários em curso e identificar, "com base nos critérios já comunicados, designadamente de produtividade/absentismo, experiência, contributo, custo e habilitações, os trabalhadores junto dos quais se irá dar início a uma nova e última vaga de adesão a rescisões por mútuo acordo, reformas e pré-reformas, com manutenção das mesmas condições já anteriormente oferecidas a todos os trabalhadores".
A companhia pretende ainda reabrir uma nova e última fase de candidaturas de integração na Portugália, referem os responsáveis.
"Este grupo de trabalhadores, identificados de acordo com os referidos critérios, num exercício realizado em conjunto com as respetivas áreas, será retirado do lay-off em curso, o que será devidamente comunicado, de modo individual e personalizado, a partir do próximo dia 16 de abril", explicam os responsáveis.
Miguel Frasquilho e Ramiro Sequeira referem aos trabalhadores que a TAP "permanece firme" no objetivo de concluir o processo "em clima construtivo e de entendimento e estabilidade laboral, procurando evitar o recurso a medidas unilaterais".
"Permanecemos, igualmente, empenhados em assegurar um futuro viável e sustentável para a TAP, garantindo simultaneamente o maior número possível de empregos e a capacidade de contribuir para a recuperação do setor da aviação, a recuperação do setor do turismo e atividades conexas, bem como da economia e da sociedade em geral", concluem.
Na mensagem enviada é referido ainda que o programa de medidas voluntárias e os acordos de emergência celebrados com os sindicatos vão permitir reduzir as saídas previstas no plano de reestruturação de cerca de 2.000 para entre 490 a 600 trabalhadores.
Um plano de reestruturação da companhia foi entregue à Comissão Europeia no último dia do prazo, em 10 de dezembro, e prevê o despedimento de 500 pilotos, 750 tripulantes de cabine, 450 trabalhadores da manutenção e engenharia e 250 das restantes áreas.
O plano prevê, ainda, a redução de 25% da massa salarial do grupo (30% no caso dos órgãos sociais) e do número de aviões que compõem a frota da companhia, de 108 para 88 aviões comerciais.
No total, até 2024, a companhia deverá receber entre 3.414 milhões de euros e 3.725 milhões de euros.
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