Trabalhadores da central termoelétrica de Vila Velha de Ródão preocupados

A Comissão de Trabalhadores da central termoelétrica da Bioenergy, em Vila Velha de Ródão, está preocupada com a impossibilidade de a empresa laborar, passados 30 dias da suspensão da licença de exploração.

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© Reuters

Lusa
13/04/2021 10:50 ‧ 13/04/2021 por Lusa

Economia

Bioenergy,

 

Numa carta a que a agência Lusa teve hoje acesso, dirigida ao diretor-geral da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), os trabalhadores da empresa referem que, passados quase 30 dias sobre a decisão de suspensão da licença de exploração, "a empresa continua impossibilitada de produzir energia, sua única fonte de rendimentos, o que deixa todos muito preocupados com a manutenção dos postos de trabalho".

A DGEG, através de um despacho de 09 de março, determinou "a suspensão dos efeitos da licença de exploração atribuída à central termoelétrica da Bioenergy - Sociedade de Produção de Energia, S.A. pelo prazo de sete meses a contar da data de notificação do despacho, que se converterá em revogação da licença caso a fiscalização a realizar ateste a manutenção de irregularidades".

O documento, assinado pelo diretor-geral João Bernardo, refere que "a suspensão poderá cessar antes do prazo fixado ou prologar-se", caso "as medidas necessárias sejam adotadas antecipadamente ao prazo fixado ou caso seja necessário prorrogação daquele prazo para a respetiva adoção".

Na carta, os trabalhadores sublinham que, logo após a ação inspetiva de 04 de novembro de 2020, "a empresa iniciou, de imediato, a correção de algumas situações que tinham sido reportadas pela empresa de higiene e segurança no trabalho" que, "coincidentemente, correspondiam às identificadas pelas várias entidades presentes, sendo que em 09 de março se encontravam praticamente todas corrigidas, razão pela qual, criou espantou a gravidade da medida determinada".

"Infelizmente, não temos tido por parte das autoridades políticas locais e nacionais qualquer contacto, nem ouvimos da parte dos mesmos qualquer palavra de conforto ou sossego. Não sentimos qualquer preocupação com os trabalhadores da fábrica, com os nossos postos de trabalho e com as nossas famílias. Ao longo dos últimos tempos sentimo-nos completamente abandonados", lê-se na missiva.

Segundo a Comissão de Trabalhadores, na totalidade, dependem da empresa mais de 90 colaboradores diretos e todo o setor do azeite "será impedido de laborar", caso a empresa "não consiga operar com normalidade".

Adiantam ainda que, nos últimos anos, apesar da situação financeira difícil, a empresa fez um esforço no investimento para melhorar as condições de laboração.

"É visível que o desempenho ambiental da empresa nos últimos anos melhorou de forma decisiva, mas, face à situação, estamos muito preocupados com a manutenção dos nossos postos de trabalho".

A carta foi enviada para a DGEG, com conhecimento à Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) e Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

 

Leia Também: Uma em cada 10 empresas corre risco de fechar (culpa é dos pagamentos)

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