Trabalhadores contestam fecho de call center em Coimbra

Algumas dezenas de trabalhadores de um 'call center' de Coimbra manifestaram-se hoje, na Baixa da cidade, contra o seu encerramento e reclamaram os direitos dos 60 operadores em funções.

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Lusa
03/05/2021 16:29 ‧ 03/05/2021 por Lusa

Economia

call cente

 

No protesto, organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores dos Call Centers (STCC), os manifestantes contestaram a "decisão unilateral" da NOS, comunicada aos representantes dos trabalhadores pela multinacional holandesa Randstad, indicando que aquela empresa de telecomunicações, sua cliente, "pretende terminar a relação contratual".

Sessenta pessoas trabalham para a NOS em Coimbra, através da Randstad, e a primeira decidiu "fechar definitivamente o 'call center' da cidade", disse hoje à agência Lusa o sindicalista José Abrantes, que integra a direção nacional do STCC.

Os manifestantes iniciaram um desfile na rua do Carmo, junto à dependência local da NOS, e seguiram depois para os Paços do Concelho, na praça 8 de Maio, onde comunicaram as suas preocupações a Nuno Mateus, chefe de gabinete do presidente da Câmara Municipal, o socialista Manuel Machado, que lidera também a Associação Nacional de Municípios Portugueses.

"Chamámos à atenção para o problema", enquanto a autarquia, através daquele responsável, disse a uma representação dos manifestantes "estar aberta a trabalhar" para ajudar a ultrapassar o problema, declarou José Abrantes.

O sindicalista explicou que, dos 60 homens e mulheres que estão naquele 'call center', cerca de metade "trabalham a termo incerto, enquanto durar o serviço", e os seus contratos caducam este mês, de acordo com o que a Randstad comunicou à direção do sindicato.

"Os restantes 30 serão realocados noutro cliente, certamente a EDP, em Lisboa. É um truque mesmo", lamentou.

Para o dirigente sindical, trata-se de "uma proposta impossível" de aceitar que visa "fazer com que estes trabalhadores, todos com a vida na zona de Coimbra, se despeçam".

"Ir trabalhar todos os dias para Lisboa acaba por ser impossível. De uma só cajadada, 30 trabalhadores a termo incerto vão para o desemprego e os outros 30 muito provavelmente vão lá parar", sublinhou.

Para José Abrantes, "há claramente uma articulação entre as duas empresas nesta imposição".

"Estes trabalhadores nunca trabalharam para outro cliente da Randstad que não fosse a NOS", enfatizou.

O dirigente do STCC disse que os operadores afetados pela deslocalização "não têm mais nenhuma hipótese, a não ser a rescisão", numa cidade "onde não é fácil" às pessoas terem alternativas de emprego.

Leia Também: Trabalhadores de call center de Coimbra em greve contra precariedade

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