Os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido, do Office for National Statistics (ONS), mostram também sinais de recuperação no final de março, à medida que foram aliviadas as restrições e a reabertura do comércio levou a um aumento do consumo, tendo esta semana sido anunciado que, a partir da próxima segunda-feira, os britânicos podem regressar às viagens internacionais.
Em nota divulgada, o ONS indica que, em termos mensais, o PIB britânico cresceu 2,1% em março, ainda abaixo do período antes da pandemia covid-19, e que o setor de serviços e o setor industrial sofreram retrocessos entre janeiro e março, mas a construção civil cresceu.
Os dados mostram ainda que o setor industrial recuou 0,4% no primeiro trimestre, devido ao impacto das medidas restritivas à produção, enquanto a construção civil avançou 2,6% entre janeiro e março.
De janeiro a março, os serviços caíram 2%, em função do encerramento do comércio, escolas, bares e restaurantes, enquanto só no mês de março o setor de serviços cresceu 1,9%, o setor industrial aumentou 2,1% e a construção civil 5,8%.
"A forte recuperação observada em março (...) não foi suficiente para evitar que a economia do Reino Unido sofresse como um todo", destaca, na publicação, o diretor de estatísticas económicas do ONS, Darren Morgan, ressalvando que a construção "cresceu muito" no trimestre e que em março "estava acima dos níveis pré-pandémicos".
Darren Morgan destacou que as exportações de bens para a União Europeia (UE) continuaram a aumentar em março, estando quase ao nível de dezembro último, antes do acordo 'brexit' negociado entre Londres e Bruxelas.
O ONS destaca ainda o nível trimestral do PIB do Reino Unido, 8,7% abaixo daquele registado do final de 2019, antes do início da pandemia.
O Banco de Inglaterra, na quinta-feira passada, anunciou previsões de crescimentos de 7,25% para o PIB do Reino Unido este ano, acima dos 5% previstos anteriormente e o maior aumento desde 1949, ano do início dos registos.
Num relatório periódico, a entidade assinalou que a melhoria económica se baseia no relançamento da procura interna à medida que as restrições impostas pela pandemia são levantadas, apoiada pelo bom ritmo do programa nacional de vacinação, que visa oferecer uma dose a todos os adultos até julho.
Apesar de tudo, considerando que a evolução da economia britânica permanece "incerta", devido em parte a riscos externos, como o aumento de casos da covid-19 na Índia, o banco decidiu manter as taxas de juro inalteradas, no mínimo histórico de 0,1%.
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