"Podemos facilmente atingir uma produção diária de 6,5 milhões de barris de petróleo. Este número não é uma meta surpreendente. Mas é uma realidade que algumas pessoas não querem aceitar. E até lutam contra ela, regularmente", disse Zanganeh, citado pela Shana, uma agência informativa dependente do Ministério do Petróleo.
Para Zanganeh, "qualquer Governo que chegue ao poder deve incluir como um dos seus primeiros objetivos aumentar a produção de petróleo para 6,5 milhões de barris por dia", referindo-se à mudança de Governo que deverá ocorrer no Irão, em agosto.
"Além de gerar emprego, também movimenta as indústrias do Irão (...). O petróleo não é apenas poder económico, mas também aumenta o poder político do país", explicou o ministro, acrescentando que continua a haver mercado para o aumento de produção petróleo iraniano, dando como exemplo o Iraque, que aumentou a sua produção para cinco milhões de barris diários.
"Se não houvesse sanções, poderíamos produzir muito mais", disse o ministro.
De acordo com o mais recente relatório mensal da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), a produção conjunta dos seus 13 parceiros aumentou em abril para 25,08 milhões de barris por dia, devido ao aumento da captação no Irão, Arábia Saudita e Nigéria.
Sozinho, o Irão aumentou o volume de mercado em 73 mil barris de petróleo por dia, com o incremento das suas extrações para 3,92 milhões.
A OPEP+, liderada pela Arábia Saudita e pela Rússia, manteve no final de abril a decisão de aumentar gradativamente a oferta de petróleo em 2,1 milhões de barris por dia, entre maio e junho.
Na semana passada, o vice-primeiro-ministro da Rússia, Alexander Novak, calculou o défice do mercado global em 01 milhão de barris por dia de petróleo e disse que os países da OPEP+ estão a analisar a possibilidade do aumento de produção do petróleo iraniano.
"O Irão tem potencial para recuperar. Sempre dissemos que as sanções contra o Irão são discriminatórias", salientou o vice-primeiro-ministro, referindo-se às restrições ao setor petrolífero iraniano por parte dos Estados Unidos.
As negociações nucleares decorrem atualmente em Viena entre o Irão e os países membros do acordo nuclear assinado em 2015, do qual os EUA participam indiretamente, depois de terem abandonado unilateralmente o pacto, em 2018.
Se essas negociações se concretizarem e os EUA voltarem ao acordo nuclear, espera-se a eliminação das sanções contra o Irão, incluindo as que penalizam as suas exportações de petróleo.
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