Na comparação com o mesmo trimestre de 2020 o Produto Interno Bruto (PIB) do país apresentou crescimento de 1%.
No acumulado dos quatro trimestres anteriores terminados em março de 2021, porém, os dados do IBGE -- que é o órgão responsável pelas estatísticas do Governo brasileiro - indicam que a economia caiu 3,8%.
O IBGE frisou que este foi o terceiro resultado positivo seguido depois dos recuos de (-2,2%) e (-9,2%) nos dois primeiros trimestres de 2020, ano em que a economia do Brasil encolheu 4,1%, em razão da pandemia de covid-19.
Em valores correntes, o PIB, que é soma dos bens e serviços produzidos num país, chegou a pouco mais de 2 biliões de reais (cerca de 322 mil milhões de euros na cotação atual).
Com o resultado do primeiro trimestre, a economia brasileira voltou ao patamar do quarto trimestre de 2019, período que antecedeu a pandemia, mas ainda está 3,1% abaixo do ponto mais alto da atividade económica alcançado no primeiro trimestre de 2014.
A expansão do PIB do maior país da América Latina entre janeiro e março foi impulsionada pelos resultados positivos na agropecuária (5,7%), na indústria (0,7%) e nos serviços (0,4%) face ao quarto trimestre do ano passado.
"Mesmo com a segunda vaga da pandemia de covid-19, o PIB cresceu no primeiro trimestre, já que, diferente do ano passado, não houve tantas restrições que impediram o funcionamento das atividades económicas no país", avaliou Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE em um comunicado sobre os resultados do PIB.
Na agropecuária, a alta foi puxada pela melhora na produtividade e no desempenho de alguns produtos, sobretudo, a soja, que tem maior peso na lavoura brasileira.
Já na atividade industrial o avanço veio das indústrias extrativas (3,2%). Também cresceram a construção (2,1%) e a atividade de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (0,9%).
Nos serviços, que contribuem com 73% do PIB brasileiro, houve resultados positivos em transporte, armazenagem e correio (3,6%), intermediação financeira e seguros (1,7%), informação e comunicação (1,4%), comércio (1,2%) e atividades imobiliárias (1,0%). Outros serviços ficaram estáveis (0,1%).
Na comparação anual, ou seja entre dados por setor do primeiro semestre de 2020 e do mesmo período em 2021, a agropecuária cresceu 5,2% e a indústria 3%. Já o setor de serviços recou 0,8%.
Os dados do IBGE mostraram que a pandemia influenciou a estabilidade no consumo das famílias brasileiras, que registou leve recuo de (-0,1%) no primeiro trimestre deste ano face ao quarto trimestre de 2020.
Já o consumo do governo teve queda de 0,8%.
No primeiro trimestre de 2021, a taxa de investimento no Brasil foi de 19,4% do PIB, acima da observada no mesmo período de 2020 (15,9%).
A balança comercial brasileira teve uma alta de 3,7% nas exportações de bens e serviços, enquanto as importações cresceram 11,6% face ao quarto trimestre de 2020.
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