Constâncio defende aumento dos estímulos para atingir níveis pré-covid-19

O antigo vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE) defendeu hoje, em Lisboa, que são necessários mais estímulos, a nível europeu, para que se possa alcançar um nível de crescimento económico pré-covid-19.

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Lusa
30/06/2021 18:48 ‧ 30/06/2021 por Lusa

Economia

Covid-19

 

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"Carecemos de mais estímulos para, desta vez, tentarmos chegar à tendência de crescimento em vigor antes da covid-19", afirmou Vítor Constâncio, que falava no CCB, em Lisboa, na Cimeira da Recuperação, que decorreu no âmbito da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE).

Citando as últimas previsões económicas da Comissão Europeia, Constâncio disse que os Estados-membros vão atingir o mesmo produto interno bruto (PIB) de 2019 no final de 2022, o que considerou serem "boas notícias".

Porém, assegurou que isto não é suficiente, uma vez que, em 2023, as previsões de crescimento já recuam, "talvez de forma otimista", para 2% e, após esse ano, ficam abaixo desta percentagem.

"O potencial de crescimento da União Europeia está em 1,25%. Se for assim, estas previsões mostram que a taxa de desemprego na Europa e na zona euro vai subir em 2021 e 2022 acima da registada em 2020, durante o pico da crise", vincou.

Já em abril, o Fundo Monetário Internacional (FMI) recomendava estímulos adicionais no montante de 3% do PIB para que a zona euro voltasse à tendência de crescimento em 2023, recordou, notando que os "critérios de endividamento nas regras orçamentais" existentes "não fazem qualquer sentido".

Por outro lado, o ex-vice-presidente do BCE referiu que as taxas de juro estão em queda há 35 anos, o que quer dizer que a "eficiência da política monetária para a expansão económica diminuiu fortemente".

Para Vítor Constâncio, uma economia verde é um "objetivo extremamente intensivo", que não será concretizado se as empresas se limitarem aos cálculos comerciais e ao retorno sobre o investimento, "o que não existe porque o retorno aqui é social".

Neste sentido, o pacto de estabilidade tem que ser revisto e as regras reformuladas.

"Penso ser altura de aderir a um movimento consensual de reduzir as regras orçamentais ao mínimo necessário", disse.

Após a sua intervenção inicial, Constâncio defendeu também a necessidade de um fundo permanente de estabilização, que possa ser usado em momentos de recessão.

"Isso é fundamental para haver uma união orçamental estabilizadora", sublinhou.

Adicionalmente, considerou ser "muito importante" existir uma união dos mercados de capitais.

A Cimeira da Recuperação, o último evento político da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, decorre hoje à tarde no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, sob a organização do Ministério das Finanças.

Leia Também: UE: França espera acordo global sobre tributação "na próxima semana"

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