A TAP vai pagar diretamente os subsídios de férias e os salários em atraso dos trabalhadores da Groundforce, uma decisão anunciada na quarta-feira pelo Ministério das Infraestruturas.
A decisão foi comunicada aos sindicatos que representam a empresa de handling, depois de uma reunião entre representantes das empresas.
Desta forma, a companhia aérea tenta assegurar que a próxima paralisação, marcada para os dias 31 de julho e 1 e 2 de agosto, seja suspensa, depois de no último fim de semana a greve ter provocando o cancelamento de centenas de voos e o caos no Aeroporto de Lisboa, com milhares de passageiros afetados.
"Esta foi a solução encontrada para ultrapassar a recusa na semana passada da administração da Groundforce em aceitar a transferência da TAP que permitiria o pagamento aos trabalhadores do subsídio que lhes era devido", lê-se no comunicado do ministério.
Na mesma nota, a tutela de Pedro Nuno Santos explicou que "ao mesmo tempo, a TAP vai abreviar o pagamento definido contratualmente para saldar a fatura relativa a serviços prestados em junho, garantindo que a administração da Groundforce tem liquidez suficiente para pagar integral e atempadamente os salários dos trabalhadores relativos ao mês de julho", sublinhando "que o valor dos serviços prestados pagos pela TAP à Groundforce é superior às necessidades salariais dos trabalhadores" da empresa.
O ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, disse esta terça-feira que a TAP estava a trabalhar numa solução para pagar subsídios de férias na Groundforce e assegurar os salários de julho.
Durante uma audição regimental na Comissão da Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, o governante recordou que a TAP já tinha demonstrado disponibilidade para pagar os subsídios.
Pedro Nuno Santos realçou que esta solução está a ser desenhada para que não dependa da vontade de quem controla a empresa de 'handling', ou seja, a Pasogal, de Alfredo Casimiro.
"No curto prazo, a TAP tinha mostrado disponibilidade para pagar subsídios de ferias, isso mantém-se", adiantou, recordando que foi a Groundforce que não aceitou a solução.
A Groundforce é detida em 50,1% pela Pasogal e em 49,9% pelo grupo TAP, que, em 2020, passou a ser detido em 72,5% pelo Estado português.
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