A Greenvolt, empresa subsidiária da Altri para o setor das energias renováveis, irá integrar o principal índice bolsista português, o PSI20, cerca de dois meses após ter entrado no mercado, anunciou hoje a Euronext Lisboa.
Foi no dia 18 de março que a Altri, empresa controlada por Paulo Fernandes (que também lidera o grupo de comunicação social Cofina), anunciou que estava a estudar a admissão em bolsa da Greenvolt.
A este anúncio juntou-se a revelação de que a empresa de energias renováveis tinha contratado João Manso Neto, ex-administrador executivo da EDP e ex-presidente executivo da EDP Renováveis, para ser presidente executivo da Greenvolt.
Manso Neto acabou por abdicar de um acordo com a EDP que previa o pagamento de 560 mil euros por ano até 2023, num total de cerca de 1,7 milhões de euros, para impedir que fosse trabalhar para a concorrência.
No anúncio de 18 de março, a Greenvolt disse ter "um ambicioso projeto de expansão nacional e internacional", pretendendo "consolidar a sua posição de liderança no mercado nacional e afirmar-se como um 'player' de referência a nível internacional, no mercado das energias renováveis".
Além do segmento principal da biomassa e do florestal, que "continuará a ser o 'core business' [negócio principal] da sociedade", a Greenvolt pretende também implementar "modelos inovadores" na energia solar e eólica.
A Greenvolt "tem atualmente em funcionamento cinco centrais de produção de energia termoelétrica a partir de biomassa florestal, com cerca de 97 MW de potência instalada", refere a Altri, salientando que a criação da empresa permite ao grupo "consolidar a sua estratégia de integração entre a fileira florestal produtora de biomassa e a produção de energia a partir deste recurso renovável".
Entretanto, a Greenvolt já comprou percentagens de empresas europeias e uma central no Reino Unido.
No dia 19 de maio, a Altri anunciou que a sua subsidiária estava em negociações para a aquisição da Tilbury Green Power, uma central de produção de energia renovável a biomassa, em Inglaterra, operação que se veio a concluir em 01 de julho e se fez por 286,4 milhões de euros.
No dia 27 de maio, foi anunciado que a Greenvolt estabeleceu um acordo com a Track Profit Energy, perspetivando a compra de 70% do capital social da Profit Energy, empresa que se dedica ao desenvolvimento de projetos de eficiência energética e à instalação de projetos solares fotovoltaicos.
Em 08 de junho, a empresa anunciou que prevê investir entre 1.500 e 1.800 milhões de euros no seu plano de desenvolvimento nos próximos cinco anos, dos quais 300 milhões este ano, e disse que não deverá pagar dividendos até 2025 devido a "oportunidades de crescimento".
Dez dias depois, a expansão da Greenvolt continuou, com o anúncio da compra de 29,23% da empresa espanhola Perfecta Energia, através da subscrição de um aumento de capital, resultando na participação efetiva na gestão da empresa.
A Greenvolt -- Energias Renováveis, S.A. definiu o preço da Oferta Pública Inicial (IPO) para novas ações em 4,25 euros cada, segundo uma nota da empresa enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários em julho.
No dia 15 de julho, as ações começaram a ser negociadas em bolsa, com uma valorização de 12,94% para 4,80 euros. Hoje, o título da empresa liderada por João Manso Neto subiu 1,8% para 5,65 euros.
Entretanto, empresas como a Bestiver Gestión, o Santander Asset Management, a neerlandesa Nationale-Nederlanden anunciaram deter participações qualificadas na empresa, acima de 2%.
A polaca V-Ridium, parceira da Greenvolt na Oferta Pública Inicial (IPO), anunciou também no dia 22 de julho deter 9,59% da empresa portuguesa.
Desde o anúncio de entrada em bolsa, a Greenvolt aumentou o seu capital social para 267 milhões de euros, concluiu a compra de 70% da Profit Energy e assinou um contrato de liquidez com o Caixa Banco de Investimento (BI), do grupo Caixa Geral de Depósitos.
A empresa anunciou também, já em agosto, que iria iniciar a construção de dois parques eólicos na Polónia, com uma capacidade instalada de 50 Megawatts (MW), através da polaca V-Ridium.
No primeiro semestre, os lucros da empresa caíram 82,3%, para um milhão de euros, com o impacto das paragens para manutenção nas centrais de biomassa em Portugal e da aquisição da britânica Tilbury.
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