Sindicatos reúnem-se com BCP sexta-feira e com Santander dia 16
Os sindicatos dos bancários reúnem-se com a administração do BCP esta sexta-feira e com a do Santander Totta dia 16, reuniões pedidas com urgência pelos sindicatos, que ameaçam com greve caso os bancos avancem com despedimentos.
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Economia Banca
A informação foi dada à Lusa pela dirigente do Sintaf (afeto à CGTP), Rute Santos, que considera que estas reuniões demonstram que os sindicatos estão a usar todas as vias de diálogo.
Contudo, acrescentou a dirigente sindical que, caso os bancos não recuem nos despedimentos, o Sintaf está "disponível para a unidade neste setor difícil e para todas as formas de luta em conjunto com outros sindicatos".
Os sete sindicatos representativos dos bancários estiveram reunidos na terça-feira para discutir os despedimentos, tendo decidido pedir com "caráter de urgência" reunião com as administrações do BCP e do Santander Totta para "exigir o fim imediato de qualquer intenção de despedimento coletivo ou de figuras análogas".
Se os bancos não recuarem, disseram, "irão declarar uma greve conjunta" a realizar ainda em setembro.
Nas reuniões que ocorrerem com BCP e Santander estarão presentes dirigentes dos sindicatos Mais Sindicato, SBN - Sindicato dos Trabalhadores do Setor Financeiro, Sindicato dos Bancários do Centro (os três afetos à UGT), Sintaf (ligado à CGTP), Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários e Sindicato Independente da Banca (os dois independentes). As ações de luta têm tido o apoio do Sindicato de Trabalhadores das Empresas do grupo Caixa Geral de Depósitos, mas não participa nas reuniões por ser sindicato de empresa.
O BCP anunciou, há duas semanas, que vai avançar para o despedimento de até 100 trabalhadores, depois de ter chegado a acordo com cerca de 800 funcionários para saídas por acordo (reformas antecipadas, pré-reformas e rescisões por mútuo acordo).
A Lusa tem questionado o banco sobre novidades no processo, mas não há nova informação pública.
Segundo fontes dos trabalhadores, durante esta semana, o BCP tem estado a contactar novamente funcionários a quem tinha proposto a rescisão por mútuo acordo para sugerir agora a saída por pré-reforma (mais vantajosa financeiramente para o trabalhador).
Já o Santander Totta pretende a saída de 685 trabalhadores. Fonte oficial do banco disse na terça-feira à Lusa que já foi acordada a saída com mais de 400 trabalhadores (reformas antecipadas e rescisões por mútuo acordo). Há 230 funcionários com os quais não chegou a acordo, pelo que poderão ser abrangidos por despedimento, mas o número não é definitivo pois o processo não está fechado.
Os principais bancos portugueses estão a reduzir milhares de trabalhadores este ano (depois de o setor bancário ter cortado cerca de 15 mil postos de trabalho entre 2009 e 2020), sendo BCP e Santander Totta os que têm processos mais 'agressivos', incluindo com intenção de despedimentos coletivos.
Os sindicatos têm acusado os bancos de repressão laboral e de chantagem para com os trabalhadores, considerando que os estão a forçar a aceitar sair por rescisões (sem acesso a subsídio de desemprego) ou por reformas antecipadas. Isto ao mesmo tempo que os bancos têm elevados lucros, acrescentam.
O BCP teve lucros de 12,3 milhões de euros no primeiro semestre (menos 84% do que no mesmo período de 2020) e o Santander Totta 81,4 milhões de euros (menos 52,9%).
Os sindicatos também se têm reunido com o poder político, com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, grupos parlamentares e governantes, para pedir a sua intervenção contra os despedimentos. Para já, contudo, se houve alguma intervenção junto dos bancos não foi pública.
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