"África é abençoada com 30% dos recursos naturais do mundo, do petróleo aos minérios, dos diamantes ao gás, e será incontornável no futuro, a transição para os carros elétricos e as baterias para a energia solar dependem de África", disse Adesina, na sessão de abertura do seminário sobre os novos desafios do Mecanismo Jurídico de Apoio aos Países Africanos (ALSF, na sigla em inglês).
O ALSF funciona no âmbito do BAD e providencia apoio jurídico aos países na negociação de contratos de exportação de matérias-primas, na litigância relativamente à dívida pública e na definição de contratos comerciais para projetos de infraestruturas ou em parcerias público-privadas.
"Os países exportam recursos naturais com pouca adição de valor e têm fraca capacidade de negociação, o que levou a uma corrida à extração e ao sangramento dos recursos africanos", afirmou Akinwumi Adesina, vincando que desde 2008 a ajuda do ALSF tem sido preciosa em negociações no valor de 75 mil milhões de dólares, cerca de 64 mil milhões de euros.
"Na Guiné-Bissau, o governo enfrentou endividamento profundo, mas o auxílio legal na negociação de um perdão de dívida sobre uma dívida comercial, que baixou o valor das obrigações financeiras em dívida de 15 para 5 milhões de dólares [de 12,7 para 4,6 milhões de euros]", exemplificou o banqueiro, apontando também exemplos positivos no Senegal, República Democrática do Congo e Camarões, que estão entre os 14 países que receberam auxílio legal do ALSF.
"Nos últimos três anos, os países africanos pouparam 4 mil milhões de dólares [3,4 mil milhões de euros], e desde 2018 já foram treinados 10 mil profissionais para estas negociações de complexas transações financeiras e jurídicas", acrescentou Adesina.
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